Agradecer pela dor?
Assim como outros, o Salmo 66 traz uma rica mensagem de louvor. Chama todos a
adorarem a Deus por seus tremendos feitos e pela grandeza do seu poder. O
salmista convida todos a examinarem as evidências da grandeza de Deus: “Vinde
e vede as obras de Deus: tremendos feitos para com os filhos dos homens!” (versículo
5), o mesmo convite que seria repetido séculos depois por Filipe quando chamou
Natanael a conhecer Jesus (João 1:46). Entre as obras citadas no Salmo 66, há a
salvação dos israelitas no Mar Vermelho, a chegada à terra prometida, o domínio
de Deus sobre as nações e a proteção dada aos fiéis (versículos 6-9). São
temas importantes e comuns nos Salmos.
Nós, também, agradecemos por
livramento do pecado, bênçãos recebidas e a proteção divina. Mas quando foi
a última vez que adorou a Deus porque ele deixou homens cavalgarem sobre a sua
cabeça? Alguma vez agradeceu porque Deus deixou você cair numa armadilha, ou
sofrer provações e opressões? Normalmente, agradecemos pelas coisas agradáveis
e pedimos livramento da dor. Mas o autor do Salmo 66 agradece, também, por
opressões e provações dolorosas: “Pois
tu, ó Deus, nos provaste; acrisolaste-nos como se acrisola a prata. Tu nos
deixaste cair na armadilha; oprimiste as nossas costas; fizeste que os homens
cavalgassem sobre a nossa cabeça; passamos pelo fogo e pela água” (versículos
10-12). Motivos de adoração e agradecimento? Sim, porque o salmista entendeu
que as provações e a purificação foram necessárias para chegar ao alvo
principal de todos os servos de Deus. Ele continua no versículo 12: “...porém,
afinal, nos trouxeste para um lugar espaçoso”. Este autor entendeu
que o sofrimento faz parte da purificação necessária para ter comunhão com o
Deus puro e santo. Ele sabia que “o Senhor
corrige a quem ama” (Hebreus 12:6) e que precisamos nos purificar
para ficar na casa de Deus (2 Timóteo 2:19-22).
Ao invés de sempre procurar
livramento do sofrimento, devemos buscar verdadeira purificação de todo
pecado, pois a impureza impede a comunhão com Deus.
–por Dennis Allan
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