O Dízimo do Dízimo
Mary Schultze
Prefácio
Os
pastores desta e de qualquer outra cidade vão querer me detonar por causa desta
apostila que preparei, a fim de esclarecer o povo de Deus a respeito do Dízimo.
Sei que muitos vão nos condenar e que estaremos sujeitos a todo tipo de
controvérsia. Contudo, quem quer expor a verdade sempre entra em controvérsia e
somente os corajosos se dispõem a enfrentar a ira dos adversários. Que fiquem
contra nós... Contanto que falemos a verdade que liberta da mentira religiosa
que tem grassado dentro das igrejas “protestantes”, que há muito deixaram de
protestar contra o erro doutrinário, por amor à paz com os homens!
Vamos
ler o que diz o escritor cristão Jay Adams, em seu livro “Preaching to the Heart”,
página 17:
Em
alguns círculos, o receio de controvérsia é tão grande que os pregadores e suas
congregações têm optado pela paz a qualquer preço, até mesmo ao preço da verdade
divina [de Sua Palavra Santa]. Sua idéia é que a paz é o mais importante. A paz
é um ideal bíblico, segundo Romanos 12:18: “Se for possível, quanto estiver em
vós, tende paz com todos os homens”. Mas o mesmo deve acontecer à pureza. A paz
na Igreja jamais pode ser negociada ao custo da pureza doutrinária. Esse preço é
alto demais!
E por
que vocês acham que podemos prosseguir neste mundo ou nesse assunto, até mesmo
na Igreja, sem controvérsia alguma? Jesus não o fez. Paulo também não. Nenhum
dos pregadores da era apostólica, servindo fielmente ao Senhor, foi poupado de
controvérsia. Quem somos nós, então, para escapar da controvérsia, quando estes
santos não o conseguiram?
A
história do avanço da Igreja através do mundo Mediterrâneo – de Jerusalém até
Roma - é uma história repleta de controvérsia. Quando o Evangelho de Cristo é
pregado com audácia, sempre existe controvérsia. A vida de Paulo é feita de
controvérsias. A tradição conta que todos os apóstolos, exceto João, o qual fora
exilado em Patmos, tiveram morte violenta”. Até aqui falou Jay Adams.
A hora
da separação entre o joio e o trigo se aproxima. Podemos imaginar quantos padres
e pastores, que dizem estar a serviço de Cristo, serão incinerados, quando o
Senhor fizer a separação e os deixar aqui neste mundo tenebroso, sujeitos aos
desmandos do Anticristo, simplesmente “Porque amavam mais a glória dos homens do
que a glória de Deus” (João 12:43).
Mary
Schultze, julho 2003
Capítulo 1
O Dízimo do Dízimo
A maioria dos “pastores” que tem lido as várias
traduções que tenho feito dos artigos sobre o Dízimo, tem desejado me detonar da
igreja ou até mesmo desta cidade. Isso é um bom sinal, pois se eu fosse apenas
uma velhinha setuagenária inofensiva, do tipo que se ocupa dos netos, da
cozinha, do crochê e da TV, eles estariam felizes da vida. Contudo,
parafraseando o versículo de Isaías 50:4, posso declarar: ”O
Senhor DEUS me deu uma língua erudita, para que eu saiba dizer a seu tempo uma
boa palavra ao que está cansado. Ele desperta-me todas as manhãs, desperta-me o
ouvido para que ouça, como aqueles que aprendem”.
Dedico este artigo ao crente cansado da
exploração feita por certos padres e pastores ambiciosos, que vivem
regaladamente à custa dos semi-analfabetos bíblicos, os quais os alimentam e
engordam, aumentando assustadoramente a sua cota de colesterol. Sim, vocês já
devem ter notado que 99 entre 100 pastores da ICR e da Igreja Evangélica são
obesos, pois um dos seus pecados capitais é a GULA!
Temos aqui mais uma tradução importante, do PhD
Russell Kelly, sobre o Dízimo, do artigo intitulado “Should the Church Teach
Tithing?”. Vamos deixar que ele fale.
Malaquias 3:10 diz o seguinte: “Trazei
todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e
depois fazei prova de mim nisto, diz o SENHOR dos Exércitos, se eu não vos abrir
as janelas do céu, e não derramar sobre vós uma bênção tal até que não haja
lugar suficiente para a recolherdes”.
Este é o texto bíblico do VT mais citado pelos
pregadores do Dízimo no contexto do Novo Testamento. Ao mesmo tempo é o texto
mais prejudicial da Bíblia, sem falar que ele diz o contrário do que os
pregadores falam.
O que significa “Trazei todos os dízimos à
casa do tesouro”... Durante mais de 40 anos senti que havia algo errado com
a interpretação comum desse texto, só que não conseguia atinar com o fato.
Embora, à primeira vista o pregador superficial, o estudante da Bíblia e o
leigo, pensem que este verso se explica por si mesmo, a verdade é que ele está
muito longe disso.
A pura verdade é que, além deste simples verso,
Deus JAMAIS ordenou a qualquer um que levasse TODOS OS DÍZIMOS à “casa do
tesouro” em Jerusalém. Vamos repetir: “TODOS OS DÍZIMOS à “casa do tesouro” em
Jerusalém. De fato, a verdade absoluta é exatamente o oposto. Vamos ler
cuidadosamente a Palavra de Deus.
Na verdade, havia três tipos diferentes de
Dízimos exigidos no VT e apenas uma pequena parte do primeiro tipo deveria ser
entregue na “casa do tesouro”. Nesse caso, existe algo de sumamente errado com a
explanação dos pastores sobre Malaquias 3:10.
O PRIMEIRO DÍZIMO
- O Dízimo dos levitas não devia ser entregue à “casa do tesouro” no Templo.
Deus ordenou que Israel levasse TODO o PRIMEIRO DÍZIMO aos levitas (não aos
sacerdotes), onde estes residiam, isto é, às cidades dos levitas – e Jerusalém
não era uma cidade de levitas. Os levitas não habitavam permanentemente
na “casa do tesouro”, nem no Templo de Jerusalém. Leiamos Números 18:21: “E
eis que aos filhos de Levi tenho dado todos os dízimos em Israel por herança,
pelo ministério que executam, o ministério da tenda da congregação”.
Agora vamos ler Neemias 10:37-b: “...e os
dízimos da nossa terra aos levitas; e que os levitas receberiam os dízimos em
todas as cidades, da nossa lavoura”.
Ambos os textos deixam meridianamente claro que
os levitas recebiam o Dízimo completo - TODO O DÍZIMO - em suas cidades e não
os sacerdotes que ministravam no Templo. Os levitas não eram os sacerdotes que
ministravam no altar, os que entravam nos locais sagrados. Eles eram
originalmente apenas servos, os quais supunha-se que realizavam todas as tarefas
do santuário, mas não os cultos. Após muitos séculos da execução dessas tarefas
desagradáveis pelos levitas, eles foram ilegalmente substituídos pelos
descendentes dos servos de Salomão... os quais eram escravos ou prisioneiros de
guerra. Números 18:21 e Neemias 10:37-b mostram claramente que Malaquias 3:10
obviamente não significa TODOS os Dízimos, inclusive o que pertencia aos
levitas.
O SEGUNDO DÍZIM0
- Também não era este – o Dízimo das festas – levado à “casa do tesouro” no
Templo. Podemos ler tudo sobre este Dízimo nos versos 6 e 7 de Deuteronômio 12 e
em Deuteronômio 14:23, principalmente: “E
ali trareis os vossos holocaustos, e os vossos sacrifícios, e os vossos dízimos,
e a oferta alçada da vossa mão, e os vossos votos, e as vossas ofertas
voluntárias, e os primogênitos das vossas vacas e das vossas ovelhas. E ali
comereis perante o SENHOR vosso Deus, e vos alegrareis em tudo em que puserdes a
vossa mão, vós e as vossas casas, no que abençoar o SENHOR vosso Deus.”
(Dt 12:6-7).
“E,
perante o SENHOR teu Deus, no lugar que escolher para ali fazer habitar o seu
nome, comerás os dízimos do teu grão, do teu mosto e do teu azeite, e os
primogênitos das tuas vacas e das tuas ovelhas; para que aprendas a temer ao
SENHOR teu Deus todos os dias”. (Dt
14:23).
Esse
Dízimo das festas era trazido “ao local”, isto é, Jerusalém, como uma “oferta
nacional de alegria”. Visto como esse Dízimo era sempre de alimentos, ele
deveria ser comido ou bebido por todos, nas ruas, enquanto Israel celebrava o
tempo de suas festas anuais. Então, o SEGUNDO DÍZIMO também não era entregue na
“casa do tesouro”.
O TERCEIRO DÍZIMO
– o dízimo dos pobres, era levado ao Templo de Jerusalém. Podemos ler a respeito
deste em Deuteronômio 14:28-29 e 26:12-13. Ele era entregue a cada três anos e
Deus ordenava especificamente que ele deveria ser guardado “dentro dos portões”
do pagador do dízimo para o uso dos levitas e todas as demais necessidades.
Então, o TERCEIRO DÍZIMO nem sequer era entregue em Jerusalém e muito menos na
“casa do tesouro”.
O verdadeiro significado de Malaquias 3:10 está
revelado na expressão “casa do tesouro” e ao que Deus ordenava que fosse
entregue à “casa do tesouro”, em Jerusalém. Essa “casa do tesouro” deveria ser
apenas o local onde se guardavam os itens pertencentes aos sacerdotes e não aos
seus servos - os levitas.
Quem quiser conhecer exatamente o que Malaquias
3:10 significa com a expressão “Trazei todos os dízimos à casa do tesouro”,
precisa ler e estudar os textos seguintes. Neemias 10:35-38 e Números
18:9-32 dão a lista da porção das ofertas e doações destinadas a ser entregues à
“casa do tesouro”.
Primeiro,
Neemias 10:35 (repetindo Números 18:12-13) ordenava que as “primícias” da
colheita da terra deviam ser entregues à “CASA DO SENHOR”, anualmente.
Segundo,
Neemias 10:36 (Repetindo Números 18:’5-18) ordenava que o “primogênito” dos
animais puros deveria ser entregue à “CASA DO SENHOR”.
Terceiro,
Neemias 10:37 ordenava que “As
primícias da nossa massa, as nossas ofertas alçadas, o fruto de toda a árvore, o
mosto e o azeite, traríamos aos sacerdotes, às câmaras da casa do nosso Deus; e
os dízimos da nossa terra aos levitas; e que os levitas receberiam os dízimos em
todas as cidades, da nossa lavoura”.
Quarto,
Neemias 10:37-b (repetindo Números 18:21-24) ordenava claramente que os dízimos
fossem levados - não à casa do tesouro – mas às cidades onde viviam os
levitas, enquanto estes não estivessem a serviço, “aguardando” como cantores ou
porteiros do Templo. “e os dízimos da nossa terra aos levitas... em todas as
cidades da nossa lavoura”. Este fato revela o erro em que, fatalmente, cai a
interpretação comum e Malaquias 3:10.
Quinto
– Neemias 10:38 (repetindo Números 18:26) ordenava que 1/10 (um décimo), ou
seja, o dízimo do dízimo fosse trazido “à casa do nosso Deus , às
câmaras da casa do tesouro”. Não era o dízimo integral, não era TODO
o dízimo, mas somente a porção dos sacerdotes, isto é o dízimo do dízimo.
[Não seria, portanto, justo que os padres e pastores se contentassem apenas com
1% (um centésimo) do nosso rendimento bruto, já que o governo em nosso país leva
mais de 37% do que se ganha, em forma de impostos vários? E nem a isso somos
obrigados, pois estamos no contexto do Novo Testamento - MS].
Agora ficou bem claro, quando se comparam os
textos, que somente era ordenado que se entregasse uma parte dos Dízimos à “casa
do tesouro” no Templo, ou seja, o Dízimo dos dízimos, a porção
destinada aos sacerdotes. Neemias 12:44 e 12:47 adicionam pouca coisa aos textos
supra citados, sem contradizer Neemias 10:37-b. Leiamos: “Também
no mesmo dia se nomearam homens sobre as câmaras, dos tesouros, das ofertas
alçadas, das primícias, dos dízimos, para ajuntarem nelas, dos campos das
cidades, as partes da lei para os sacerdotes e para os levitas; porque Judá
estava alegre por causa dos sacerdotes e dos levitas que assistiam ali”.
((Ne 12:44) “Por isso todo o Israel, já
nos dias de Zorobabel e nos dias de Neemias, dava aos cantores e aos porteiros
as porções de cada dia; e santificavam as porções aos levitas, e os levitas as
santificavam aos filhos de Arão” (Ne
12:47).
Em Neemias 10:35 lemos: “...Que
também traríamos as primícias da nossa terra, e as primícias de todos os frutos
de todas as árvores, de ano em ano, à casa do SENHOR”.
Exceto, é claro, o dízimo dos dízimos destinado aos sacerdotes. Neemias
10:39 diz: “Porque àquelas câmaras os
filhos de Israel e os filhos de Levi devem trazer ofertas alçadas do grão, do
mosto e do azeite; porquanto ali estão os vasos do santuário, como também os
sacerdotes que ministram, os porteiros e os cantores; e que assim não
desampararíamos a casa do nosso Deus”.
Nos versos 12:44-47 ficamos sabendo “como” e “quando” os sacerdotes e alguns
cantores e porteiros trabalhavam no templo e deviam ser sustentados.
Conquanto a maioria dos levitas guardasse 90%
dos dízimos nas cidades em que moravam, para a sua própria manutenção, o verso
12:47 diz que eles enviavam “diariamente” alimento àqueles que estavam
aguardando a sua rotação no Templo: “Por
isso todo o Israel, já nos dias de Zorobabel e nos dias de Neemias, dava aos
cantores e aos porteiros as porções de cada dia; e santificavam as porções aos
levitas, e os levitas as santificavam aos filhos de Arão”.
Isso quer dizer que o grosso da arrecadação, a
porção maior do dízimo total ficava nas cidades dos levitas. Russel Kelly,
Phd/Mary Schultze, 2003.
Capítulo 2
Reflexões sobre o dízimo
Tenho
recebido muitos e-mails de irmãos evangélicos, principalmente de pastores
neopentecostais, defendendo, com a maior garra, a obrigação do crente entregar o
dízimo.
Em geral
esses pastores – ávidos de lucro financeiro – procuram na Bíblia, obviamente no
Velho Testamento - versículos que mostram como o crente tem obrigação de
entregar o dízimo pois, se não o entregar, o “gafanhoto devorador” vai consumir
tudo que ele conseguir ganhar na vida e nenhuma bênção ele vai receber de Deus,
simplesmente porque não obedeceu esse mandamento do Velho Testamento e,
desse modo, pode até perder a salvação. O que esses pobres iletrados bíblicos
ignoram é que o dízimo não é, de modo algum, uma doutrina do Novo Testamento.
Ele é uma doutrina do Velho Testamento. Jesus elogiou a viúva que “deu
tudo o que tinha” porque Ele viera para cumprir toda a lei e o Novo
Testamento, que o próprio Jesus iria escrever com o seu sangue, ainda não
havia sido escrito. Além disso, nosso Senhor Jesus Cristo declarou que “a lei e
os profetas vigoraram até João”. Portanto, se um crente não entregar o dízimo,
de modo algum vai perder a salvação. Ele pode e deve entregar, se tiver
condições para isso. O que não é decente é um pastor arrancar 10% de um pai de
família que ganha menos de 3 salários mínimos, para sustentar uma família de 3
ou 4 pessoas, e ficar por aí exibindo carro do ano, morando em apartamento de
classe média ou luxo, enquanto os membros da igreja passam necessidade. Isso
para mim é engodo religioso e não posso aplaudir uma igreja que age desse modo.
A respeito do assunto estou traduzindo o
trabalho de uma teóloga alemã, já falecida, cujo nome é Margaret Burgon, a qual
foi obrigada, durante toda a vida, a entregar o dízimo à sua Igreja, pois o
mesmo já vinha descontado em sua folha de pagamento, da qual o governo alemão
deduzia (e continua deduzindo, ainda hoje) 40% dos rendimentos, para os
seguintes fins: 1. Igreja, 10%. 2. Aposentadoria/Saúde, 10%. 3. Educação, 10% 4.
IR, 10%. Ela ganhava cinco mil marcos alemães como Médica Veterinária e só
recebia 3 mil. Muitas vezes se privava de coisas necessárias, porque a vida
naquele país é cara. Margaret costumava (como eu) alimentar-se de legumes, carne
de aves e frutas. As frutas na Europa são artigo de luxo e ela deixava de
comprar suas frutas preferidas para poder sobreviver com as despesas de
aluguel, aquecimento, roupa, lixo, etc.
Um dia ela resolveu estudar um meio de se livrar
de uma daquelas deduções do seu salário e começou a estudar a Bíblia e as leis
do país. Foi aí que descobriu que o Estado é quem paga a Igreja e que, mesmo que
alguém seja ateu, tem de pagar esse dízimo, e se não declarar uma religião
oficial, esse dinheiro cairá nos cofres do Vaticano. A Alemanha, ao contrário do
que todos imaginam, já não é um país protestante, nem é mais o país da Reforma
de Lutero, desde a II Guerra Mundial, mas é hoje um país católico, pois a Igreja
Católica é e sempre tem sido a dona desse país.
Quem fez a I Guerra Mundial, senão o
Vaticano, para atirar a França contra a Rússia? (ele odiava a República
Francesa, desde que esta havia nascido, após a Revolução, no século 18). E quem
fez a II Guerra Mundial, senão o Vaticano, com o objetivo máximo de criar
uma Nova Ordem Mundial? Através de Hitler, Mussolini, Pavelic, Franco,
Salazar e outros ditadores por ele colocados no poder ele pretendia formar o
Estado Corporativo Europeu (recém nascido com o nome de União Européia), sob
a sua égide, a fim de mobilizar o mundo inteiro contra o Comunismo, a
Ortodoxia Russa e o Protestantismo, os três grandes “inimigos” do Vaticano. E
por que os judeus foram massacrados em pelo menos seis milhões de vítimas, se o
alvo era exterminar os comunistas e os protestantes? Simplesmente porque os
judeus como liberais e financistas, sempre foram uma pedra de tropeço para o
Vaticano e, desse modo, tinham de desaparecer, mesmo porque sem judeus vivos
seria bem mais fácil se apossar de Jerusalém e lá estabelecer o quartel general
do Catolicismo Romano, para governar o mundo religioso, pois lá foi iniciado o
Cristianismo e lá Jesus Cristo morreu e ressuscitou. Portanto seria a cidade
mais importante para a Igreja de Roma provar sua legitimidade como religião
cristã.
Sou membro de uma Igreja Batista, que jamais me
cobrou um centavo de dízimo e nem exibe um “cofrinho sagrado”. Durante 20 anos –
desde que me converti ao Evangelho do Senhor Jesus Cristo – sempre entreguei 10%
do que ganhava à minha igreja, de livre e espontânea vontade. Há 3 anos, minha
mãe, a quem eu dava também 10% dos meus ganhos, teve um derrame e ficou
paralítica. Eu teria de ajudá-la, agora, não com apenas 10% dos meus ganhos, mas
com quase 30%. E foi então que, estudando a Bíblia, li em Marcos 7:11-13, que
Jesus colocou as necessidades dos pais, muito antes das necessidades do templo,
e isso quando ainda vigorava o Velho Testamento e suas leis
ultrapassadas, que não salvam e jamais podem salvar pessoa alguma. Quando minha
mãe for para o céu, voltarei a entregar o dízimo, porque esse dinheiro nunca me
fez falta. Mas, enquanto ela estiver viva e paralítica, continuarei usando-o
para o seu conforto e bem estar.
Crente, leia a Bíblia numa edição séria, como a
Almeida Corrigida Fiel, por exemplo. Freqüente uma Igreja que não fique
pedindo dinheiro e alegando que, se você não entregar o dízimo, não será
abençoado. Deus é dono de toda a prata e de todo o ouro do universo. Ele não
precisa do seu dízimo. Mas se você quiser ajudar o seu pastor a viver
regiamente, dirigindo um carro do ano e vestindo-se com o maior esmero, entregue
o dízimo e mais que isso. Garanto que Deus vai abençoá-lo, em razão do seu bom
coração e generosidade. Talvez até mais do que o seu dízimo tem “abençoado” o
pastor de sua Igreja. Também garanto que 90% dos pastores da cidade vão se
tornar meus inimigos por causa deste artigo. Mas, quem disse que estou aqui para
agradar a homens? Se alguns iletrados bíblicos já me detestam porque ataco o
espúrio Movimento G-12, não vou me preocupar se mais alguns passarem a me chamar
de “peste e promotora de sedições”, título que os judeus já deram ao apóstolo
Paulo, há quase dois mil anos!
Capítulo 3
Ainda sobre o Dízimo
Meu artigo sobre o dízimo, que nem cheguei a ler
no jornal, foi motivo de alguns telefonemas e causou o maior espanto entre os
pastores “pedintes” do dízimo e os crentes “entregadores” do mesmo. Uma coisa é
certa. O dízimo não é uma doutrina do Novo Testamento. É doutrina do Velho
Testamento, e Jesus disse que a Lei e os profetas vigoraram até João. Paulo nos
aconselha, em Gálatas 5:1: “Estai, pois, firmes na liberdade com que Cristo
nos libertou, e não torneis a colocar-vos debaixo do jugo da servidão”. Isso
quer dizer que nenhum cristão deve ficar sob o jugo de coisa alguma, nem mesmo
da Igreja, pois é livre para fazer o bem. Deve praticar boas obras, dar o
dízimo, SE QUISER, mas somente a uma coisa ele está obrigado - é a amar o
próximo, conforme declaração do mesmo Paulo, em Gálatas 5:14: “Porque toda a
lei se cumpre numa só palavra, nesta: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo”.
Os pastores neopentecostais são sempre os mais
ávidos cobradores do dízimo. Isso porque, além de serem tremendamente
utilitaristas, eles são arminianos. Crêem piamente e ensinam aos pobres membros
de suas igrejas que “o crente pode cair da graça” e perder a salvação. Ora,
Cristo é o Senhor eterno e absoluto dos céus e da terra. Ele morreu pelos nossos
pecados, ressuscitou gloriosamente e, através da fé que depositamos em Seu
sacrifício, Ele nos dá a salvação eterna. Então, que “salvação eterna” é essa,
que pode ser perdida pelo crente, se ele cometer pecados... se deixar de
entregar o dízimo? Isso é balela católica assimilada pelo neopentecostalismo.
CRENTE NENHUM JAMAIS PODE PERDER A SALVAÇÃO, isto é, se realmente passou pelo
novo nascimento. Desse modo, não ficarei admirada se, qualquer dia desses, os
pastores neopentecostais começarem a pregar também a doutrina do purgatório e a
pedir dinheiro aos membros de suas igrejas, a fim de retirar de lá os parentes
falecidos.
Há
poucos dias, um pastor da cidade, falando diante do esquife de um membro de sua
Igreja, fez esta espantosa declaração: “Era um membro fiel e digno de
imitação... entregava pontualmente o dízimo, etc.” Pelo visto, esse pastor
acredita piamente na salvação pelas obras, pois essa ovelha que estava sob o seu
cajado, tendo entregado pontualmente o dízimo, é “digna de imitação” e,
portanto, da salvação. Não é de admirar que esse pastor seja tão fanático pelo
Billy Graham (o qual abraçou de corpo e alma as doutrinas da Igreja de Roma),
visto como ele mesmo está abraçando a mais católica de todas elas: a salvação
pelas boas obras.
Conheço
uma porção de gente que foi excluída da Igreja, do Rio Grande do Sul até o
Amazonas, por não ter aderido ao espúrio Movimento G-12. (D. Mariquinha foi
considerada “persona non grata” no CAPETA, onde se reúnem os pastores desta
cidade, porque escreveu contra o G-12). Só que, por trás da exclusão dessas
pessoas que, por ignorância, optaram por essas igrejas arminianas, havia um
fator interessante: algumas não eram dizimistas. Por isso os pastores
“castellanos” aproveitaram a desculpa, a fim de excluir esses membros de suas
Igrejas, pelo crime de não adesão a um movimento ocultista, perigoso e
“rachador” de igrejas evangélicas. Estou de olho nesses pastores “católicos
pentecostais” e vou começar a vasculhar a vida de todos eles...
Infelizmente, um dos confiáveis pastores da cidade, que não costuma entrar
nesses conluios arminianos e anticristãos, tanto tem se aborrecido com certas "mutretagens",
que até sofreu um grave problema de saúde e, provavelmente, vai ficar uns seis
meses em repouso, perdendo o precioso tempo que poderia dedicar à causa de
Cristo, a Quem tem servido fielmente. O pecado é como um polvo, que estende os
seus tentáculos, atingindo, ao mesmo tempo, os pecadores e os inocentes. É como
lama podre atirada ao ventilador da comunidade religiosa.
Não foi
à toa que Jesus chorou diante do túmulo de Lázaro. Ele é o autor da vida e
detesta todo tipo de pecado porque o pecado gera a morte. Imaginem se Ele
tivesse chegado diante do túmulo de Lázaro, em Betânia, e tivesse gritado:
”Lázaro, já que você foi um judeu exemplar, que sempre entregou fielmente o
dízimo, eu ordeno: levante-se dessa laje sepulcral e venha para fora!”
Não
seria esse o nosso Grande Deus e Salvador, Jesus Cristo, o Criador e Sustentador
do universo. Seria o “outro Jesus”, o Jesus do Arminianismo, o “deus” dos
Mórmons, das TJs, dos Católicos e dos que recebem uma corrompida interpretação
de Sua Santa Palavra. Seria o Jesus que precisa da senhora mãe dele para
colaborar na salvação dos pecadores. Seria o Jesus que deixou um homem pecador e
corrupto como o Seu vigário na terra, dirigindo uma igreja que mente, mata e
destrói em Seu Nome, vendendo salvação aos tolos que não sabem manejar bem a
Palavra de Verdade. Seria, enfim, um Jesus exigente do dízimo, que não iria
andar sobre uma cria de jumento, mas num “Rolls Royce”, igual ao da
Rainha Elizabeth II.
Capítulo 4
Voltando ao dízimo
Há poucos dias encontrei na Av. Lúcio Meira uma
senhora que trabalha como vendedora numa loja da cidade. Ela me parou para saber
o que havia acontecido com o meu rosto, ao ver as marcas do acidente. Depois que
lhe expliquei o desastre sofrido, ela me contou que estava de férias e que o seu
patrão lhe havia dado um cheque pré-datado no valor das mesmas. Acrescentou que
estava com sérias dificuldades porque o pastor (baixo pentecostal) da igreja da
qual ela é membro lhe havia exigido, antecipadamente, o dízimo das férias e ela
ficara praticamente sem dinheiro para a alimentação dela e dos filhos.
Expliquei-lhe que o dízimo não é doutrina do
Novo Testamento e que ela fizera mal em dar o mesmo antecipadamente ao tal
pastor e que deveria antes ter consultado a Bíblia para saber se ele estava
agindo corretamente.
O teólogo batista Júlio Carrancho, de
Joanesburgo, fala bem sobre o assunto:
Muitos grupos entre as igrejas protestantes
insistem que o membro é (ou deve ser) forçado a dar o dízimo, o
qual, ensinam eles, faz parte dos mandamentos de Deus para a igreja. Nada mais
errado! Já explicamos várias vezes o que o dízimo é, mas resumamos aqui o
assunto.
1. O dízimo era um sistema de
contribuição ordenado por Deus, a fim de sustentar, a tribo dos Levitas na nação
de Israel, a qual fora encarregada de operar o Tabernáculo em todas as suas
funções, e não recebeu qualquer herança de terras.
2. O Senhor Deus ordenou que o dízimo
fosse apenas 10% do total das colheitas e dos rebanhos criados
anualmente.
3. O Israelita ficaria, portanto, na posse dos
90% restantes para seu uso pessoal.
4. Pregar sermões sobre o
dízimo é totalmente contra as Escrituras. A pregação deve concentrar-se
unicamente sobre a simplicidade do evangelho, excluindo tudo o mais, seja
dízimos, finanças, política e outras matérias prejudiciais.
5. Levantar a oferta durante o culto é um
erro gravíssimo na igreja protestante, especialmente quando é feito antes do
sermão, levando o crente a imaginar que ele tem a obrigação de sustentar o
sermão com dinheiro!
6. No caso de estar presente no culto um
convidado, ao qual é pedido (discretamente, claro) para contribuir com
oferta para um grupo ao qual nem sequer pertence, isso é uma gravíssima falta
de consideração e de boas maneiras. Infelizmente as igrejas protestantes de
hoje estão reduzidas a essa indesculpável falta de educação.
7. O dízimo não faz parte do Novo
Testamento, nem foi sancionado pela igreja, visto como a igreja não é Israel.
Paulo dedica o capítulo 9 da II Coríntios ao assunto das ofertas e nunca
menciona o dízimo. O mesmo acontece em Filipenses 4:10-19. A igreja
primitiva afastou-se do princípio dizimista por razões obvias: era um sistema
que tinha morrido com a Dispersão de Israel, devido à desobediência aos outros
mandamentos mais importantes, tais como repudiar a idolatria. Os judeus que
ocupavam a Palestina ao tempo de Jesus já pagavam um pesado tributo a Roma, o
que os deixava com menos de 90% estabelecido para a nação de Israel.
Embora dessem o dízimo de tudo, Deus já não apreciava tal ritual.
8. O mesmo acontece hoje. O cristão é obrigado a
contribuir, para o estado onde vive, com muito mais que os 10% que era a
norma em Israel [Na Alemanha, por exemplo, o desconto para o estado chega a 40%
dos vencimentos do trabalhador] Assim, o cristão jamais pode obedecer a norma
dos 10%, pois também os 90% não lhe estão garantidos ou
reservados. Daí, o sistema cair em desuso por ser impossível praticá-lo. Deus
foi justo com DEZ POR CENTO, assim como foi justo com os NOVENTA POR CENTO que
ficavam! Mas a igreja de hoje é desonesta nessa matéria!
9. O princípio cristão encontra-se determinado
em 2 Coríntios 9:7. “Deus ama ao que dá com alegria”. Ora, dar 10% do
salário grosso, antes de lhe ser retirada pelo menos a fatia dos 30% para
o estado, não é bíblico. Alguns grupos vão ao extremo (como os
Nazarenos, que conheço bem) de insistir que o membro tem a obrigação de
contribuir com 10% do grosso! Tal absurdo é o que leva muitos
observadores a rejeitar grupos de igrejas e acusá-los (justamente) de
mentirosos.
10. Usar Mateus 22:21 para defender o
dízimo é um absurdo teológico, mas, infelizmente, as igrejas que o defendem
não poupam esforços para justificar passagens como esta. A palavra DÍZIMO
não aparece no versículo e Jesus não estava a instruir a igreja que ainda não
existia. César, de fato, levou para Roma tudo o que lhe pertencia como
conquistador, conforme Jesus avisou, destruindo o templo e rapinando toda a sua
riqueza e glória.
11. Usar Malaquias 3:10 é outra
heresia praticada por quase todas as denominações. A passagem nada tem a ver
com a igreja, e lendo cuidadosamente o contexto, a razão da exclamação de Deus
salta à vista! Que horrível heresia e falta de educação do ministro ir a
ponto de acusar a congregação de roubar a Deus quando, muitas vezes, o grupo
desperdiça milhares em vaidades humanas e, até, o ministro não passa de um
mercenário que não ama as ovelhas do seu rebanho, antes as maltrata!
12. Leia Deuteronômio 14:28-29 e imagine
a impossibilidade de praticar o dízimo no presente, fora da nação de
Israel do passado.
13. Como grande parte das heresias, forçar a
igreja a pagar o dízimo foi ressuscitado na seita de Roma [ICR] no tempo
do Sínodo de Macon – 585 DC. O católico foi instruído a pagar o dízimo
sob pena de excomunhão, o que aterrorizava o povo simples e iletrado do
Catolicismo. “O amor ao dinheiro é a raiz de todos os males”, 1 Timóteo
6:10. Mais tarde, o confessionário iria reforçar aquela obrigação fiscal à
diabólica seita do papa, com ameaças de grave pecado, caso não fosse obedecido.
Pelo tempo de Carlos Magno (século 8), as nações católicas eram forçadas
a contribuir com o dízimo para os cofres de Roma. O “Sacro Império
Romano” praticou por séculos o assalto à bolsa e à propriedade dos seus
cidadãos. A Inquisição aumentou em muito o patrimônio papal, à custa de
suas expropriações, Indulgências e ROUBOS, em nome do papa. A partir do século
16, os Anabatistas começaram a pregar contra o sistema fiscal dos papas e, após
a Reforma, esse abuso diminuiu nos países libertados de Roma. O
Concilio de Trento (século 16) decretou que era crime reter o
dízimo. A Revolução Francesa acabou com o “Sacro Império
Romano” e o sistema fraudulento de cobrança de dízimos acabou por aí.
14. Reter o dízimo não é pecado
nenhum! Dar meio por cento, 10% ou mais fica a critério de cada um, segundo
2 Coríntios 9:7 (não dar nada também não é pecado! Muitas vezes o sermão não
vale mais que ¼ da moeda que se colocou no prato da oferta!).
Ameaçar os crentes com o dízimo (ou com Malaquias 3:10) é um
PECADO GRAVÍSSIMO e extremamente reprovável das igrejas
protestantes! Alem de ser falta de amor, respeito e educação por parte daqueles
que insistem nessa heresia! A maior parte do dinheiro coletado hoje é
para usar mal e/ou enterrar em propriedade ou outras vaidades das
igrejas. Alguns grupos (os Nazarenos, por exemplo) têm tantas
propriedades que se os membros deixassem de dar oferta, a venda dessas
propriedades manteria a inútil liderança por várias décadas. As igrejas
protestantes seguem de perto a vaidade dos papas com as suas catedrais e outros
monumentos, até chegar “César” e destruir tudo [O que deve acontecer
em breve, com o novo governante mundial da União Européia, o Estado Católico
Mundial do Vaticano]. Os grupos carismáticos, os neopentecostais e outros,
além de ofenderem/roubarem os seus membros com pregações acerca de
dinheiro, contribuem para a desonra do evangelho e é necessário
repreendê-los por tal ofensa."
Como vemos, Júlio entende do assunto e estou
transmitindo suas palavras aos amigos e irmãos em Cristo, a fim de que consultem
a Bíblia e tomem sua decisão, quando forem importunados por algum pastor
malandro, que, muitas vezes, até ganha da autoridade central de sua denominação
uma comissão sobre o que consegue extorquir dos seus membros.
Sou membro de uma igreja batista desta cidade,
há mais de seis anos, e não me lembro de ter ouvido qualquer dos três pastores
da mesma ter ido ao púlpito falar sobre o dízimo. Conhecemos uma denominação
séria pelo que ela exige, materialmente, dos seus membros. Se ela vive exigindo
dinheiro,
é duvidosa. Se prega, simplesmente, o legítimo evangelho da
salvação, é séria. A
escolha fica a critério dos leitores.
Capítulo 5
Abraão e o Dízimo
Não sou e jamais fui contra a entrega de dízimos e ofertas à igreja, pois quem
tem dinheiro sobrando, em vez de ir gastar nos shoppings da cidade, deve
entregar o dízimo à sua denominação – caso esta não tenha um pastor ambicioso,
com salário de magnata, carro do ano e filhos estudando em colégios (jesuítas)
de luxo, como já testemunhei algumas vezes, o que não é, que eu saiba, o caso do
pastor da igreja que eu freqüento. Entreguei pontualmente o dízimo durante 20
anos, até que minha mãe teve um AVC, ficou paralítica e passei a mandar esse
dinheiro e mais o que já lhe dava, em vez de o dar à minha igreja.
Garanto ainda, em o Nome do Senhor Jesus, que jamais fui tão abençoada, como
depois de ter tomado essa decisão. E enquanto minha mãe não for para o céu, esse
dinheiro ser-lhe-á enviado, todos os meses. (Leiam Mateus 15:1-9 e Marcos
7:10-13)
Sou contra a exploração dos pastores “malaquianos”, que nunca pregam a Palavra
Santa, usando o tempo em que ficam lá em cima, no púlpito, fazendo “comercial”
em favor do dízimo e das ofertas, falando que o crente tem obrigação de dar o
que tem, e até mesmo o que não tem, deixando de pagar o aluguel e as
prestações que os brasileiros das classes média e pobre têm aos montes,
obrigando-os, por medo de serem amaldiçoados, a dar 10% do seu ganho mensal à
igreja. Como esclarece o teólogo Júlio Carrancho, vejamos o caso de Abraão.
Segundo Abraão, basta dar o dízimo UMA VEZ e está o caso resolvido para a vida
inteira! ... Abraão não deu o dizimo à igreja! Nem era salvo tão-pouco! Não deu
o dízimo em “cash”, nem do que tinha antes, apenas dos despojos da guerra.
(Você, por acaso, já foi a alguma guerra aqui no Brasil, em favor de um parente
ambicioso, como era o sobrinho de Abraão?]
Se Abraão aparecesse na igreja hoje iria ficar psicologicamente alterado por
fazerem tanta “história” da única vez que ele [cuidadoso com o seu patrimônio,
como a maioria dos judeus] dividiu alguma coisa com alguém! [Ele era tão rico
que não tinha mais lugar para tanto gado, ouro e prata, podendo, desse modo,
dispensar os despojos de guerra, com a maior generosidade!]
Provavelmente, ao ver as igrejas de hoje (até mesmo as batistas, que estão entre
as melhores e mais sérias e para as quais tenho encaminhado os descontentes com
as igrejas ceifeiras, Abrão diria: “Mas... o que é isso meu Deus!”.
Também, se ele soubesse o que se faz hoje com os dízimos e as ofertas, ele teria
dado o dízimo a Melquisedeque, mas... às escondidas!
Sábado passado, chegaram aqui 3 obreiros de uma igreja “malaquiana” do Rio.
Estavam muito angustiados, citando Malaquias 3:8-10 o tempo inteiro. Os pastores
dessa denominação têm exigido cada vez mais a entrega dos dízimos e das ofertas,
além da participação nas campanhas de “bênção”, o que lhes tem trazido sérios
apertos financeiros.
Expliquei-lhes a situação dizendo:
Que Malaquias 3 foi escrito para os judeus (e não para os gentios), num
contexto completamente diferente do nosso, quando havia apenas esse imposto,
enquanto hoje temos mais de 50 impostos diferentes a pagar e somos obrigados a
contribuir com pelo menos 37% do que ganhamos, mesmo que seja para sustentar os
políticos ladrões do nosso país, etc.
Que as igrejas que exigem dízimos e ofertas são dirigidas por pastores
ambiciosos, muitas vezes sem um curso teológico, os quais começam com uma
igrejinha de fundo de quintal e cinco anos depois já possuem um belo templo,
carro de luxo, casa bonita e se vestem com ternos de marca, uma coisa que meu
marido (um químico alemão), depois de 38 anos no Brasil, trabalhando mais de 10
horas por dia, jamais pôde comprar.
Que sendo Deus o dono de toda a prata e de todo o ouro do universo (Ageu 2:8),
Ele não precisa do dinheiro de ninguém.
Vamos ajudar os missionários que estão gastando suas vidas nos países
insalubres, ganhando almas para Cristo. Vamos ajudar os irmãos carentes, que
ganham salário mínimo para sustentar uma família e na maioria das vezes até
estão desempregados ou sem aposentadoria.
Quando se fizer tudo isso,
se ainda sobrar
algum dinheiro,
que se dê o dízimo à igreja, que se dêem ofertas para ser construído um novo
templo e que se dêem até presentes caros ao pastor, porque “mais
bem aventurado é dar que receber!
(Atos 20:35).
Capítulo 6
Quem está roubando quem?
Tenho
pesquisado bastante o assunto do Dízimo, o qual os pastores vivem cobrando dos
membros de suas igrejas. Converti-me há 26 anos e durante 20 anos entreguei
pontualmente 10% do meu rendimento bruto à denominação que freqüentava. Depois
deixei de entregar, a fim de poder ajudar no sustento
de minha mãe enferma, conforme a ordem do Senhor Jesus Cristo, em
Mateus 15:1-9 e Marcos 7:10-13.
Vamos calcular quanto eu entreguei à igreja, nesses 20 anos de contribuição, na
base de 12 salários anuais (ao valor de hoje), sem mencionar as ofertas que,
muitas vezes, eram até bastante generosas. Em 20 anos, temos 240 salários, que
ao valor atual dariam uma soma de R$57.600,00.
Trabalhei durante 36 anos – de 1958 a 1994 – para no final de todo esse tempo
possuir somente um galpão no valor de R$31.000 e um apartamento no valor de
R$45.000, ou seja, consegui adquirir dois bens imóveis no valor total de
R$76.000, em todos esses anos de luta constante.
Se em 20 anos entreguei 240 salários de dízimo, isto é, R$57.600, isso quer
dizer que a igreja levou, proporcionalmente, muito mais do que consegui juntar
para garantir a minha velhice. Se em 36 anos só consegui economizar R$2.110
anualmente, a fim de garantir a velhice e, por outro lado, entreguei à igreja
uma média de R$2.880 anuais, isso quer dizer que dei mais do que deveria ter
dado!
Para convencer os crentes de que Deus somente abençoa a quem entrega o Dízimo,
os pastores costumam usar três versos do VT – Malaquias 3:8-10 – os quais nada
têm a ver com o crente remido no sangue do Senhor Jesus Cristo. Malaquias é um
livro do VT e os crentes vivem no contexto do NT.
O Dízimo é obra
e Jesus disse: “A obra de
Deus é esta: Que creiais naquele que ele enviou.”
(João 6:29). O
Dízimo é sacrifício
e em Hebreus 13:15, lemos “Portanto,
ofereçamos sempre por ele a Deus sacrifício de louvor, isto é, o fruto dos
lábios que confessam o seu nome”.
Isto sem falar que Malaquias 3:8-10 se refere ao
Dízimo do Dízimo
dos levitas (entregue em forma de mantimentos) e não a 10% do que os judeus
ganhavam (Vejam o capítulo 1).
Se os pastores fossem mais honestos e cobrassem, digamos (mesmo que
indevidamente), 3% do que os membros de suas igrejas ganham, isto até seria
aceitável.
Primeiro,
porque os crentes já pagam cerca de 37% ao governo, na forma de vários impostos.
Se derem mais 10% à igreja, vão ficar sem um mínimo de economia para a velhice,
num país onde os aposentados vivem quase a pão e água. Ou então vão passar
fome, antes de chegarem à velhice.
Segundo,
porque na base de 3% todos poderiam contribuir (e não apenas os mais fanáticos)
e a igreja poderia prosperar mais do que extorquindo 10% do bruto de uma minoria
(cerca de 1/3) desavisada, que imagina ter um Deus quitandeiro, desejando
abençoá-la, com algumas cenouras e repolhos de bênçãos, contanto que ele faça
uma troca...
Terceiro,
mesmo que o Dízimo fosse uma doutrina constitucionalmente correta do NT,
entregá-lo não nos acarretaria bênção alguma, além das que já recebemos quando
nos tornamos filhos de Deus, através da conversão ao Senhor Jesus Cristo.
Efésios 1:3 diz o seguinte:
“Bendito
o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as
bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo.”
Vocês
vão dizer que o dízimo é imprescindível, pois sem ele a igreja não poderia se
manter. Ora, se uma igreja média, com 1.000 membros ganhando uma média de 3
salários cada um, recebesse 3% desses R$720 de cada um, teríamos uma renda bruta
de R$ 720.000 e 3% desse valor daria R$21.600 mensais. Se o pastor ganhasse um
salário menos nababesco, se as igrejas fossem menos suntuosas e se os crentes
tivessem boa vontade (quem não é obrigado a coisa alguma sempre tem boa
vontade), estes poderiam contribuir com outro tanto em ofertas para as despesas
da igreja. Mesmo porque os crentes sempre trabalham de graça nas igrejas, exceto
o pastor... Então, porque ele também não arranja um empreguinho lá fora, já que
tem tempo de sobra para trabalhar? Por que somente os membros são obrigados a
trabalhar de graça?
Só é
abençoado quem entrega o Dízimo? Que lorota boa!
Se Deus Pai já nos abençoou com todas as
bênçãos espirituais através do Seu Filho amado, do que mais precisamos neste
mundo? Para conseguirmos bênçãos materiais, devemos trabalhar arduamente, pois
quando trabalhamos sempre conseguimos progredir, de um modo ou de outro. O
crente sincero que não bebe, não fuma e nem gasta com outros vícios, obviamente
vai prosperar mais do que um incrédulo que se permite todo tipo de vício, alguns
achando que na hora da morte vão receber a “Extrema Unção” de um padre qualquer,
ficando garantidos, para uma boa temporada no purgatório. Outros achando que vão
reencarnar e, finalmente, outros que acham que não existe Deus nem inferno e,
portanto, podem pintar e bordar, pois tudo acaba na hora da morte, etc. Os
crentes cometem dois graves pecados, que deveriam ser evitados: comer demais e
comprar mais do que podem pagar.
O Dr. Paulo Breda, Presidente do Supremo
Concílio da Igreja Presbiteriana do Brasil, certa vez me contou uma
história interessante. Ele viajara entre o RJ e Fortaleza com Edson Queiroz, o
homem mais rico do Ceará. Pregou o evangelho e Edson já ia aceitar Jesus, pois
dizia ter a certeza de Sua divindade, quando se lembrou de perguntar: “Reverendo,
se eu me tornar protestante, serei obrigado a dar 10% dos meus ganhos à igreja?”
O Dr. Paulo confirmou, o homem desistiu e algum tempo depois pereceu num
acidente de avião. Não deu o Dízimo, mas deixou uma excelente universidade para
os jovens cearenses. Será que isso não vale mais do que o Dízimo que ele poderia
ter entregado à igreja? Será que ele foi para o inferno, mesmo crendo na
divindade do Senhor Jesus Cristo (verdade em que a maioria dos pastores modernos
não crê)?
Meu irmão, os pastores inventaram a lorota de
que nós, os crentes, somos o “Israel de Deus” e, portanto, temos algumas das
obrigações da Lei de Moisés. Isso não é bíblico. Já perceberam como esses
pastores quase nunca usam as Cartas de Paulo, preferindo os livros do VT? Nós
somos a “Igreja do Senhor” e não o “Israel de Deus”. Com Israel Ele voltará a
tratar na futura dispensação da Fé mais obras (após o arrebatamento dos
crentes), enquanto agora vivemos na dispensação da graça da fé em
Cristo Jesus e não temos obrigação nenhuma com a Lei, devendo apenas crer em
Jesus Cristo como o nosso grande Deus e Salvador, o qual nos remiu pelo Seu
sangue precioso. (Por que os pastores nunca pregam Atos 16:30-31, hem?)
Quem crê realmente no Senhor Jesus, lê a Sua
Palavra diariamente e leva uma vida reta diante de Deus e dos homens, não
precisa ficar tentando COMPRAR bênçãos nem favores de Deus, porque Ele já
nos abençoou com todas as bênçãos espirituais
em Cristo! E seremos julgados pela
Palavra (João 12:48), não pelas obras que fizermos em benefício de organizações
eclesiásticas.
No culto matinal de hoje – numa cidade da África
do Norte - um pastor queria que os pobres negros dessem tudo que haviam ganho na
semana... em troca de bênçãos. E os infelizes, que já passam a mingau de
farinha, água e sal, foram dando o que tinham e o que não tinham. Isso é justo?
Ele citou Mateus 16:21, dizendo que o “jovem rico” se perdeu porque não
deu tudo que tinha a Jesus. Ele errou em dois pontos:
1.
Jesus não disse que o jovem se perdeu, mas que “ele se tornaria perfeito” se
vendesse o que tinha e desse...
2.
“aos pobres”... Não a uma igreja arquimilionária em dólares, cujo líder tem
apartamentos e casas de luxo nos centros mais sofisticados do planeta.
A viúva pobre (Lucas 21:2-4) foi elogiada por
Jesus porque deu tudo o que tinha ao templo como o Dízimo trienal
que os judeus costumavam dar.
Quem pesquisa a Palavra Santa nunca se deixa
enredar nas malhas dos pastores mencionados na 1 Timóteo 6:10, os quais,
infelizmente, são maioria!
Uma igreja séria jamais fala em
dinheiro durante o culto e se precisa fazê-lo, que seja durante uma reunião de
líderes, os quais podem transmitir as “novidades” financeiras aos membros.
Igreja que explora os membros é apenas uma entidade “financeira”, coisa muito
comum entre as chamadas “igrejas neopentecostais”, onde a base de tudo é a
cobrança de dízimos e ofertas. Vejamos dois capítulos sobre esse tipo de
“igreja”.
Capítulo 7
Igrejas Ocultistas
Minha amiga S.B.P. deixou de freqüentar uma
dessas igrejas neopentecostais, cujos pastores costumam “ceifar” os crentes
pelos “quatro ângulos”, porque ficou revoltada com a ganância dos pastores da
mesma. Ela me enviou uma apostila (cheia de erros de português) em que um desses
“pastores” cita sempre determinados versículos do Velho Testamento, a fim
de convencer os membros de sua igreja a dar, não apenas os dízimos, mas ainda o
que ele chama de “as primícias”, extorquindo dos pobres analfabetos bíblicos
tudo que eles têm de valor, isto é, imóveis, carros, relógios, jóias, dinheiro,
etc. Os versículos preferidos são: Êxodo 34:26; Levítico 23:10; Números
18:28-32; Deuteronômio 18:3-4 e 26:1-4,10; 1 Samuel 2:30; 2 Crônicas 31:5;
Neemias 10:35-37 e 13:11-14,31. Isto para citar apenas alguns. O Novo
Testamento nunca é mencionado. Isso porque a doutrina do dízimo pertence ao
Velho Testamento e esses “pastores” são todos corruptamente arminianos, pregando
a salvação pelas boas obras.
Vou citar algumas frases da carta de S.B.P.,
pois fiquei simplesmente chocada com a COMERCIALIZAÇÃO do evangelho do Senhor
Jesus Cristo, que disse aos apóstolos: “De graça recebestes, de graça daí.”
(Mateus 10:8-b). Vejamos algumas das informações de S.B.P.:
1.
Esses “pastores” citam todos os versículos bíblicos que falam em primícias,
doação de bens, dízimos, tudo que signifique “dar” para a obra deles, porém
jamais citam pelo menos um versículo da Bíblia dizendo que o serviço na Casa de
Deus era feito com transferência, isto é, que o dinheiro era empregado para
auxiliar órfãos e viúvas desamparados, e que se prestavam contas de tudo que era
recebido nas igrejas primitivas, o que não acontece nas igrejas atuais.
2.
Certa vez a pastora de uma delas me disse, quando eu era tesoureira, e insisti
em que deveríamos prestar contas do dinheiro aos membros: “Nesta denominação
não existe isso. Tudo tem que ser trazido à Casa de Deus, sem questionar o
pastor!” Por isso entreguei o cargo. Não creio que Deus se agrade de
trapaça, embuste, ou qualquer tipo de mentira, principalmente em Sua Casa.
3.
Uma parcela insignificante, aliás mínima, é empregada na igreja, visto como
tudo tem que ser doado pelos membros, inclusive o vinho da Santa Ceia. Os
pastores fazem campanha para tudo: material de limpeza, pintura do templo, água,
luz, etc.
4. O
dinheiro arrecadado vai, quase todo, para os bolsos dos “pastores”, a fim
de manter o conforto destes, enquanto o povo continua sendo cada vez mais
explorado. Os filhos adolescentes desses pastores estudam em bons colégios, não
prestam qualquer serviço à igreja e ainda ficam se divertindo à custa dos pobres
crentes que são ludibriados pelas pregações antibíblicas desses “filhos de Eli”.
S.B.P. continua dizendo:
Quero falar ainda de outra igreja em que o
“pastor”, vindo de Belo Horizonte, criou a chamada “Campanha da Revolta”.
Ele iniciava os cultos gritando e incitando os membros a gritar: “Estou
revoltado!”, ao mesmo tempo em que esmurravam três vezes o ar, ritual
(ocultista pagão) que se repetia várias vezes durante o “culto”. Os membros da
“igreja” ganhavam um lencinho ungido, em cada culto, no qual deveriam ser
escritos todos os seus problemas. No final da campanha, cada lenço era queimado,
enquanto as cinzas, depois de ungidas novamente, eram sopradas para dentro de
suas casas, a fim de que todos os problemas fossem solucionados (isso é
catolicismo da pior espécie, muito pior do que paganismo romano! Lutero morreria
de vergonha desses seus “colegas”).
Além da história do lenço, havia ainda aquela
“experiência” de chamar as pessoas à frente, soprar fortemente sobre as mesmas,
a fim de que fossem forçadas a “cair para trás”, o que era explicado como a
“posse do Espírito Santo” nessas pessoas. Para tanto, um diácono já ficava atrás
de cada “vítima” do tombo, aguardando, a fim de ampará-la quando caísse “pelo
poder”.
Outra manobra usada com freqüência era o pastor
apontar certas pessoas no auditório, dizendo que Deus estava revelando algo a
respeito delas. Geralmente essas pessoas já haviam conversado antes com algum
obreiro, relatando os seus problemas, o que facilitava grandemente as
“revelações” do referido pastor.
No final dos “cultos”, frases como: “Não
aceito... Eu declaro... Eu determino... Estou revoltado...” continuavam a
ser repetidas aos berros, a fim de despertar o “deus” surdo dessas “igrejas”,
porque ele poderia estar dormindo, viajando ou, até mesmo, no banheiro e,
portanto, os pastores e membros da igreja tinham de gritar bem alto, a fim de
chamar a atenção dele (1 Reis 18:17-38).
Esses pastores gostam muito de citar
Deuteronômio 29:29: “As coisas encobertas pertencem ao Senhor, nosso Deus,
porém as reveladas nos pertencem a nós e a nossos filhos para sempre,
para que cumpramos todas as palavras da lei”, cuja significação desconhecem
totalmente.
Outro expediente (muito usado numa “igreja” de
Juiz de Fora, MG) foi a venda de “tapetes ungidos”, sobre os quais o crente
deveria orar fervorosamente pelos problemas familiares, para que estes fossem
depressa resolvidos. (Vejam que belo exemplo de simonia!)
Como vemos, minha amiga S.B.P. teve de sair
correndo desse tipo de igreja ocultista, onde não é o Espírito Santo quem
age, no sentido de louvar e glorificar o Nome de Jesus (mas o “espírito
profano”, aquele que jamais convence pessoa alguma do pecado, da
justiça e do juízo, dando respaldo a esses pastores que atacam pelos quatro
ângulos) Esses pastores malaquianos terão de enfrentar o julgamento do Senhor
Jesus Cristo, de cujo Nome têm abusado iniqüamente. Nessa hora, sem dúvida
alguma, eles irão escutar do nosso Senhor Jesus esta sentença eterna:
“...Nunca vos conheci, apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade”
(Mateus 7:23).
Nota:
Segundo informação colhida na Internet, esta denominação foi fundada por Aimée
McPherson, uma americana que morreu de overdose de drogas...
Pelos frutos conhecereis a árvore...
Capítulo 8
As Igrejas Ceifeiras
(Sátira evangélica)
D. Mariquinha
foi convidada por uma jovem simpática para ir a um culto na “igreja” que ela
freqüenta. Essa é uma das igrejas “ceifeiras”, entre as dezenas de outras que
existem nesta cidade. Mal o culto começou, depois de uma oração decorada e feita
em voz altíssima, a fim de impressionar os analfabetos bíblicos que ali se
encontravam, o pastor da “igreja”, um “afro” gordo e suado, foi gritando:
“Quem
quiser ficar rico, venha congregar nesta igreja porque aqui Deus é mais generoso
do que em qualquer outra dessas que existem por aí...”
A maioria dos
presentes estava, de um certo modo, acreditando nos méritos daquele pastor,
diante de Deus. O homem orava em voz alta, pedindo que o Senhor abençoasse todos
os que ali estavam e, principalmente, os que fossem “generosos”, dando o que
podiam e até o que não podiam dar. Curioso é que ele falou que Deus é o “dono
de todo o ouro e de toda a prata do universo” e que é um absurdo o seu povo
não usufruir plenamente desse tesouro. Ele só esqueceu de acrescentar que, como
Deus é dono de toda a riqueza do universo, Ele não precisa do dinheiro dos
crentes e, portanto, ninguém deve fazer sacrifício financeiro para agradar a
Deus. Quem quiser pode ler em Hebreus 13:15 que “o sacrifício de louvor a
Deus é o dos lábios que confessam o seu nome”. Aqui não se lê que o crente
precisa dar sequer um centavo para agradar a Deus.
Quando ele
disse que a miséria é obra do diabo, até que não mentiu tanto.
Realmente, o diabo (da cobiça) é quem promove no coração dos políticos e dos
empresários a desmedida ambição de lucros, impedindo-os de serem honestos nas
Casas do governo e nas empresas que pagam mal os seus empregados. Para afastar o
poder do diabo, o pastor conclamou os presentes a formar um “túnel de fogo”.
Imediatamente, os obreiros de ambos os sexos, vestidos a caráter, dispuseram-se
em duas filas, uma de frente para a outra, entrelaçando as mãos, como numa
quadrilha junina. Os crédulos presentes, na esperança de dias melhores,
começaram a atravessar o túnel de fogo, enquanto o pastor, acompanhado por um
órgão eletrônico, gritava, na maior exaltação: "Senhor, manda logo uma
resposta. Lembra que nós não estamos invocando Baal aqui, não! Estamos Te
invocando para receber saúde e prosperidade para essa gente boa, que está dando
o seu último Real pra tua glória!”
Aqui ele
esqueceu que esse dinheiro não será empregado para a glória de Deus, mas na
conta dele, pois as obras de sua mansão, num bairro de luxo da cidade, estão
inacabadas e ele está precisando ainda de uns 100 mil Reais para o acabamento
final.
“Senhor,
tu tens obrigação de dar tudo que a gente pedir porque Tu és Deus e Deus pode
tudo!”
Aqui ele
esqueceu que Deus não tem obrigação de dar-nos coisa alguma. Ele já nos deu o
maior presente do universo, que é a salvação em Cristo. O resto a gente tem de
fazer por onde conseguir. Quem leva uma vida reta diante de Deus e da
comunidade, claro que prospera mais do que quem anda gastando dinheiro com
futilidades. Quem não bebe, não fuma e nem freqüenta discotecas e outros antros
de perdição, não gasta o dinheiro da comida com os vícios e, por isso, prospera,
mesmo que seja em câmera lenta.
Após a “dança
macabra” dentro do túnel, os crédulos presentes foram comandados a escrever
setenta vezes o próprio nome numa folha de papel. Depois os obreiros
passaram pelos bancos, “ungindo” a testa de cada membro da “igreja” com óleo de
soja barato. O pastor garante que esse óleo é de oliva, é ungido e veio
diretamente de Jerusalém. A “festa” de baboseiras prosseguiu com o pastor
gritando:
“Quando
vocês passarem em frente a uma casa bonita, olhem para ela e digam:
Deus vai me dar uma casa melhor do que essa!”
Em seguida,
para convencer os presentes, ele contou uma história mais melosa dos que as
histórias de santos católicos, tipo a de Sta. Tereza, que conversava com Deus,
quando estava em êxtase, etc. Só que ele não sabe, ou faz que não sabe, que
crente nenhum pode entrar em êxtase, pois isso é doutrina do ocultismo e a
Bíblia proíbe totalmente qualquer envolvimento com o mesmo.
Uma coisa é
certa. Pode ser que os pobres membros daquela “igreja” não tenham conseguido
melhorar de vida... Mas o pastor da “igreja”, sim. Apurou uma nota preta,
naquela noite, e comprou logo uma cozinha americana na loja de material mais
próxima de sua casa. E ficou pensando: “Como Deus é bom! Há cinco anos eu não
tinha onde cair morto. Hoje tenho um carro de luxo, um apartamento de dois
quartos, uma boa grana no banco e agora estou quase terminando uma casa
maravilhosa, pois um pastor não pode viver na pobreza, senão desabona o nome de
Deus!”
O próximo
passo desse pastor vigarista vai ser uma viagem a Miami, pois pastor que nunca
foi a Miami não é muito respeitado pelos “confrades”. De Miami poderá trazer
umas torneiras de inox douradas, iguais àquelas de outros pastores (estes
abriram suas “igrejas” há mais de vinte anos), que vivem no maior luxo na
Flórida, à custa dos analfabetos bíblicos, que acreditam mais em lorotas de
pastor “evangélico” do que nas verdades bíblicas. Eles pensam ingenuamente:
“Ora, se o pastor falou então é porque Deus disse. A Bíblia é muito complicada.
Melhor a gente não ler para não se confundir”.
Essa tem sido
a maneira pela qual, durante dezesseis séculos, a Igreja de Roma engana o seu
povo. Ela ensina que somente a hierarquia romana pode interpretar a Palavra de
Deus. Por isso os seus hierarcas deitam e rolam sobre as verdades divinas,
acrescentando, subtraindo, “interpretando” e fazendo tudo que for proveitoso
para explicar os seus dogmas fraudulentos. Os papas romanos são, de fato,
infalíveis na disseminação da mentira religiosa. Por outro lado, os tais
“evangelhos” da fé e da prosperidade são um vômito aos olhos de Deus e é
provável que, brevemente, Ele dê um basta na exploração que esses “legionários”
estão fazendo em o Seu Santo Nome!
(Inspirado em artigo da revista “Veja”, edição
1.794, de 19/03/03
Capítulo 9
Igrejas “Malaquianas”
Ontem à noite resolvi visitar uma dessas igrejas
“malaquianas”, em vez de ir escutar os belos hinos clássicos e a pregação do
pastor da minha PIB, o qual, mesmo tendo me comparado a um dos diabinhos do
livro “Cartas do Inferno” de C.S. Lewis, continua sendo considerado por
mim como o melhor pregador da cidade.
Dirigi-me a uma dessas igrejas “malaquianas”,
que costumam ceifar os bolsos e as bolsas dos crentes, cujos pastores se engajam
em movimentos celulares espúrios, fazendo lavagem cerebral nas pobres ovelhas
bem intencionadas, porém semi-analfabetas em Bíblia, as quais para ali se
dirigem em busca de salvação, prosperidade e gozo emocional.
Quando lá cheguei, estava orando uma pastora, a
qual levou uns 10 minutos intercedendo pelos presentes, numa oração até bem
formulada. Em seguida um jovem diácono ocupou o púlpito e falou 15 minutos sobre
o movimento de células, convidando os membros a se inscreverem no próximo
congresso, ou coisa parecida, a fim de se habilitarem a um cargo no Movimento
G-12. Essa igreja é a mais engajada da cidade no tal movimento gerado, em 4a.
dimensão, pelo evangelho cristão-budista de Paul Young Cho, o qual foi plagiado
pelo Caçalhamas, um “vidente” colombiano espertíssimo!
Lá pelas 8,30 hs. da noite, o pastor da igreja
assumiu o púlpito. Ele é um moreno chocolate, na casa dos 30 anos, o qual
chamaremos de H3AsO4, pois não conseguimos gravar o seu nome, o qual é mais ou
menos parecido com essa fórmula química.
Ele saudou os presentes e mandou que todos
abrissem as suas Bíblias... Imaginem onde? Em Malaquias 3:1-12, com
ênfase no verso 8, tendo lido e “explicado” a leitura dentro de sua
conveniência, no que levou cerca de meia hora. Em seguida, todo mundo começou a
cantar e dançar uma canção bem moderninha, falando da obrigação de entregar
os dízimos e as ofertas, que H3As04 havia dito que deveriam ser
MAIORES que o dízimo. Chamou seis membros da igreja para darem testemunho de
como, após terem dado o seu último centavo, logo conseguiram que suas dívidas
bancárias fossem zeradas, enquanto outros logo conseguiram um ótimo emprego,
etc. Todos eles receberam uma chuva de palmas, tornando-se estrelas naquele
show religioso!
Depois H3AsO4 convocou todos os presentes a
fazerem uma fila no corredor central, devendo estes depositar os seus valores e
em seguida saírem pelas laterais. Fiquei observando as centenas – muitas
centenas – de pessoas que iam entregar o seu dinheiro. A moça à minha direita,
além do envelope do dízimo semanal (fechado), separou 20 Reais, como oferta. A
jovem à esquerda, que me parecia ser uma diaconisa, separou uma fábula de
dinheiro e foi também entregar. E quando viu que eu não me mexia, ficou me
observando com suspeita e mais tarde até me deu uma lição de moral. Essa morena
gorda, usando calças e blusão brancos bem justos, sapatos de salto altíssimo e
meias finíssimas, parecia ser uma das mais abastadas do harém religioso...
Depois da coleta gigantesca, uma pastora orou em
favor dos “inocentes” doadores, pedindo a Deus que o dinheiro fosse bem
empregado, etc. Eu já estava cansada de tanto show malaquiano, quando, de
repente, após algumas canções (de agradecimento pelas doações feitas), que as
centenas de pessoas gritavam a todo pulmão, dançando freneticamente, como num
show de Chitãozinho e Chororó, o pastor começou a ler a Bíblia, novamente. Dessa
vez, ele usou Gênesis 6:9, dizendo que “Noé
era homem justo e perfeito.. e andava com
Deus”.
A partir daí, mesmo com os erros de concordância e de linguagem (por exemplo:
havia muitas pessoas...), o pastor “desabrochou” numa boa pregação, citando
algumas passagens do NT, como a 2 Ts 3:11, 1 João 5:20, 2 João 7 e outras,
comprovando a divindade do Senhor e criticando as seitas falsas, tipo TJ e
Mormonismo. Houve uma hora em que ele garantiu que “todos os crentes que
ali se encontravam iriam ficar à direita do Rei, no Julgamento Final”,
deletando, sem piedade, o Arrebatamento e a 2 Coríntios 5:10. (Imaginem se o Dr.
Peter Ruckman, teólogo americano com seis graus de doutorado em Teologia,
estivesse ali presente, hem? Ach, Du Mein Gott!)
Também, o tempo inteiro, durante a pregação,
H3AsO4 fazia algumas pausas, comandando a igreja inteira a repetir - várias
vezes - certas frases construídas por ele, numa espécie de lavagem cerebral dos
membros. No final da pregação, ele citou de cor alguns versos bíblicos do VT,
coroando, assim, a sua mensagem malaquiana.
Para ser justa e franca, a pregação do homem não
foi tão ruim! Eu quase me “converti” à igreja dele! Só que, após ter concluído a
mesma, após 40 minutos, ele mandou que os membros dessem um “grito de guerra”,
com toda a força dos pulmões, quando ele contasse até 3. O barulho foi tão
ensurdecedor, que a tenda da congregação quase desabou e meus tímpanos não
suportaram a avalanche de decibéis. Logo comecei a sentir náuseas, tonturas, e
não mais consegui me levantar da cadeira, embriagada... de som!
Aproveitei uma pausa no barulho “guerreiro” e
pedi que um jovem diácono entregasse a H3AsO4 a apostila de 40 ps., que o Júlio
Carrancho e eu preparamos sobre o Dízimo. Saí apressadamente, ainda meio tonta,
e tive de tomar um comprimido para dor de cabeça, quando cheguei em casa. Mesmo
assim, não consegui dormir antes das 5hs. da manhã e vim escrever.
Uma coisa é certa. Ali as pessoas se alegraram
muito, dançaram à beça, se abraçaram, se beijaram, todas elas tomadas de
incontrolável emoção. O Espírito Santo era invocado aos gritos, de tal maneira
que, mesmo que Ele fosse surdo, iria escutar as invocações daqueles crentes
cheios de “poder”.
Dezenas de pessoas foram à frente, aceitando
Jesus como Salvador. Isso quer dizer que, mesmo pregando um evangelho espúrio, o
pastor H3AsO4 não é dos piores, como eu sempre havia imaginado. Ele é
carismático, prega relativamente bem, é amado e respeitado pelas suas ovelhas e
tem conseguido arrecadar uma fábula em Reais, sob a sua tenda milagrosa! Só não
sei se ele o conseguiu na Europa Oriental e na Argentina, lugares que ele se
gabou de ter visitado, esclarecendo que não sabe falar Inglês...
Obviamente, é bem melhor fazer parte de uma
Igreja malaquiana, que prega Jesus como Deus e Salvador, do que ser um TJ ou
Mórmon, ou viver metido em discotecas e boates, fumando, ingerindo álcool e
drogas, fazendo sexo ilícito e espalhando AIDS pela cidade. Por isso, se não
posso dar uma nota DEZ ao H3AsO4, pelo menos vou dar-lhe nota SETE, pois ele não
foi totalmente reprovado no teste de pesquisa religiosa, que fiz nesse domingo
20/07/2003.
Capítulo 10
Igrejas Malaquianas II
Igrejas
malaquianas são as que sempre usam Malaquias 3:1-10 para convencer os
iletrados membros a entregar o Dízimo do seu rendimento bruto. Os
pastores sabem que Malaquias é um livro do Velho Testamento, quando havia apenas
um imposto a ser pago, numa nação teocrática (Hoje temos mais de 50 impostos a
pagar). A partir do Pentecostes, entramos na Dispensação da Graça, no Novo
Testamento. Portanto, toda a lei e os profetas, como Jesus falou, vigoraram até
João Batista, e já não somos obrigados a coisa alguma, além de crer em Jesus
como o nosso Grande Deus e Salvador, confiando no Seu Sacrifício Vicário na
cruz, para sermos salvos. O que disso passar é Catolicismo barato. Quando um
pastor afirma que “se o crente não der o Dízimo ele não será abençoado”,
está chamando Deus de quitandeiro, o qual só entrega as frutas e verduras se o
pagamento for garantido.
Conforme Efésios 1:3, “Deus já nos abençoou
com TODAS as bênçãos espirituais... em Cristo”. Quem quiser ser abençoado na
parte material, deve trabalhar arduamente e levar uma vida reta, sem vícios e
sem “cheque especial” estourado por causa da inadimplência. Leia Romanos 13:8-a.
Quando você entrar numa igreja e o pastor citar Malaquias, dê o fora. Vá para
casa ver o Fantástico, onde o Cid Moreira e o seu companheiro de
apresentação não ficam pedindo dinheiro algum e, portanto, são mais sérios. Ou
vá para uma Igreja Batista. Se o pastor ali começar a pedir dinheiro, desista da
igreja!
Quem desejar saber TUDO sobre o Dízimo,
num estudo de 50 ps. de apostila, pode me telefonar (2643-3904). Com apenas um
capítulo, embasada na Bíblia, eu poderia provar que o Dízimo é ILEGAL,
mas como o assunto é delicado, resolvi preparar essas 50 ps. Ofício A-4, a fim
de não deixar dúvida alguma. Dos 16 artigos, dez são meus e seis, do teólogo
Júlio Carrancho (Joanesburgo), grande erudito na Bíblia King James e em leis
eclesiásticas.
A princípio eu estava apenas traduzindo os
artigos para o site do Júlio. Aí me animei, comecei a escrever os meus e o
resultado tem sido uma BOMBA! Claro que TODOS os padres e pastores da cidade me
detestam... Mas não tenho medo de coisa alguma, pois não estou falando heresias
contra a Palavra Santa, o que eles costumam fazer, quando exigem o Dízimo.
Dar oferta, sim. Como e quando pudermos, mas o Dízimo, NÃO! Que se dêem
quilos e mais quilos para ajudar os irmãos carentes. Que se dêem ofertas e mais
ofertas para ajudar os missionários, mas o Dízimo, NÃO! Vamos acabar com
a vida fácil desses pastores espertos, os quais, em apenas cinco anos de
carreira em suas igrejas malaquianas, faturam milhões, à custa dos pais e mães
de família, que trabalham para manter os seus lares. Deus não abençoa quem dá
o Dízimo. Ele abençoa quem crê firmemente em Jesus Cristo. Quem lê a
Bíblia, quem trabalha, quem anda na linha. Que adianta entregar o Dízimo
e ainda entregar “o que tem e o que não tem”, e viver em pecado? A
maioria dos pastores (alguns vivendo em pecado) garante que se o crente der o
Dízimo, vai ser abençoado de qualquer maneira. Esses homens estão
corrompendo vocês. Cuidado com eles. Creiam na Palavra Santa, que prega Jesus
como único Salvador e Senhor. Andem na linha, sejam bons pais e mães de família,
evitem dívidas impagáveis e nunca, nunca se deixem engodar nessa onda de
experiência ocultista que tem entrado nas igrejas malaquianas. Porque Deus não é
de confusão e nem vende coisa alguma...
Capítulo 11
A igreja malaquiana e o meu guarda-chuva
Ontem, domingo 27/07/2003, assisti ao culto
matinal em minha PIB, onde pregou o Pr. Daniel, o qual se saiu muito bem, com
uma mensagem de bom conteúdo bíblico, entregue em excelente vernáculo.
À noite
fui com o meu neto Mário assistir ao culto vespertino, na mesma igreja
malaquiana onde estive no domingo passado. Queria saber o que o Pr. H3As04 iria
falar, na hora da cobrança dos dízimos e ofertas, após ter lido a minha apostila
de 42 ps. sobre o assunto.
Sua maneira de falar em dinheiro foi bem mais
moderada. Só que, antes de pedir que os congregados abrissem as suas Bíblias em
Malaquias 3:6-10, ele fez uma observação interessante: “Meus irmãos, vamos
abrir nossas Bíblias em Malaquias, capítulo 3, versos 6-10. O Diabo odeia esse
trecho da Bíblia porque ele não quer que os crentes colaborem com a obra de
Deus, nem que eles sejam abençoados”. Depois ele repetiu essa observação,
naturalmente para o caso do Diabo estar ali presente, o que, realmente,
acontecia, pois o Diabo, nesse caso, era eu!
Meu neto gostou do culto. As pessoas que estavam
ao nosso lado mostravam-se curiosas porque não batíamos palmas, não gritávamos,
não pulávamos e nem repetíamos as frases que H3As04 mandava repetir e nem
contribuíamos. Contudo, enquanto nós, diligentemente, consultávamos a Bíblia, a
maioria ficava parada, pois não sabia manejar a mesma. Claro que o pastor só
mandava que se lessem versos do VT, pois esses ministros malaquianos são
fanáticos pela velha dispensação. Eles acham que os seus congregados são judeus
e, portanto, estão obrigados a cumprir toda a lei e os profetas.
Quando fomos à tal igreja malaquiana, tive o
cuidado de não levar dinheiro nem jóias, a fim de que os cobradores de dízimos e
ofertas não pusessem os olhos em cima de mim e me deixassem constrangida.
Infelizmente, porém, estava chovendo e tivemos de levar dois guarda-chuvas – um
nacional (o mais caro) e um do tipo chinês (mais barato). Meu guarda-chuva
nacional, na cor vinho, novo e lindo, não teve muita sorte. Um simpático diácono
chamado Eliandro (ou será Heliandro?) pediu-o emprestado para ajudar as pessoas
que iam chegando de carro no pátio da igreja, debaixo de chuva. Claro que
emprestei minha linda peça protetora, só que, na hora da saída, o diácono havia
desaparecido e... onde estava o meu guarda-chuva? Finalmente, Eliandro
reapareceu, todo sorridente, cheio de mesuras e desculpas, e me devolveu o
guarda-chuva, esquecendo de agradecer o empréstimo. Como a chuva havia passado,
Mário e eu viemos para casa e só mais tarde, quando fui abrir o guarda-chuva
para evitar que mofasse, notei que o dito estava quebrado!!! Ach, Du Mein
Gott! Não dei Dízimo nem oferta, mas perdi meu guarda-chuva, pois o conserto é
tão caro que é melhor comprar um novo.
Cabe aqui uma pergunta ao H3As04: Por que uma
igreja tão rica e próspera, coletora de tanto dinheiro em cada culto dominical,
não compra um guarda-chuva para ajudar os contribuintes que chegam debaixo de
chuva? Contudo, Romanos 8:28! O prejuízo me valeu este artigo, o qual
deve sair no “O Diário”, a fim de alegrar alguns amigos
leitores!!!
Capítulo 12
Ser dizimista, não senhor!
Em nossa PIBT o pastor nunca fala em dinheiro.
Ele é culto e inteligente demais para se expor, da mesma maneira que os pastores
malaquianos costumam fazer, mostrando o seu lado ambicioso, pensando em aumentar
suas contas bancárias, sem o menor interesse em ganhar almas para o Senhor Jesus
Cristo.
Pelo fato de jamais mencionar dinheiro no
púlpito, de pregar mensagens totalmente bíblicas, de ser carismático e até
charmoso, o nosso pastor tem agradado os membros e muito mais os visitantes, que
chegam à nossa PIBT, amam a igreja e acabam deixando as suas igrejas malaquianas
para se filiar à nossa. Assim o rol de membros tem aumentado bastante e logo
teremos um novo templo para acomodar tanta gente que vai chegando e ficando...
maravilhada com uma igreja que nada tem de “propositada”, de “emergente”
e de “panenteísta”, uma igreja onde raramente são cantados corinhos
heréticos (na Bíblia e no vernáculo), uma igreja na qual se pode realmente
confiar, para ali se congregar, até o dia em que o Senhor Jesus Cristo nos
arrebatar, ou então nos chamar para um encontro pessoal com Ele.
Infelizmente, como nem tudo é perfeito, alguns
líderes da igreja acharam por bem coletar mais dízimos e bolaram um meio de
fazer isso, escolhendo alguns membros (em geral novatos) para irem até o
microfone, dizendo como são abençoados porque têm sido fiéis na entrega
do dízimo, etc.
Uma irmã, que sempre fala articuladamente,
esteve dando o seu testemunho de como Deus a tem abençoado por ser dizimista.
Criada num lar evangélico, essa irmã se habituou a ouvir louvores a quem entrega
o dízimo, foi educada nessa mentalidade e agora é capaz de morrer, jurando que
quem não entrega o dízimo não é abençoado. Ela chegou a
ponto de citar Malaquias 3:8-10. Ora, essa irmã, que é tão bajulada na Igreja,
sendo muitas vezes convidada a orar, sentindo-se uma VIP ali dentro, provou o
seu total desconhecimento da Bíblia, ao citar Malaquias, um livro do Velho
Testamento, para corroborar a sua reivindicação do dízimo.
Digamos que essa irmã, que já vai no terceiro ou
quarto marido (ficou viúva de dois ou três maridos anteriores) não fosse tão
abençoada assim, a ponto de ficar viúva tantas vezes! Fiquei viúva apenas uma
vez e isso foi tão doloroso que nunca mais me casei, embora tivessem aparecido
alguns candidatos (inclusive um pastor, também viúvo).
Vamos fazer um balanço, para ver qual de nós
duas é mais abençoada, se ela, que é tão pontual no dízimo, ou eu, que
não
o entrego:
1.
-
Só tive um marido e fui muito feliz no casamento, durante 26 anos.
2.
-
Tenho duas filhas bonitas e inteligentes e cinco
netos saudáveis e lindíssimos.
3.
-
Nunca fui pobre, sempre tive o essencial para viver e viajei por 15 países
ocidentais, muitas vezes me hospedando em excelentes hotéis cinco estrelas.
4.
-
Fui empresária durante 36 anos e nunca precisei
pagar uma conta com atraso e nem fazer qualquer empréstimo bancário, o que ainda
hoje me acontece, nesta fase da terceira idade.
5. -
Tenho uma saúde de ferro, sem nenhum dos achaques da idade... Será que ela tem
uma pressão 12 X 8?
6. -
Tenho 75 anos e nunca engordei - o que, obviamente, não é o caso dessa “dizimista
abençoada”.
7.
-
Traduzi mais de 6 mil páginas do Inglês, sou autora de 15 livros (dez já
publicados) e de mais de mil artigos, todos eles louvando e glorificando o Nome
Santo do Senhor Jesus Cristo, o que vale mais do que ter entregado mil
dízimos...
8. -
Tenho um grupo na Internet, correspondo-me com dezenas de amigos e irmãos na fé
(em Português e inglês) e sou conhecida até no exterior, de onde recebo cartas
de personalidades importantes, elogiando o trabalho que faço, desejando vir ao
Brasil para me conhecer pessoalmente. Exemplos: o Diretor do Centro de
Pesquisas Bíblicas de Jerusalém, chegando ao Brasil, veio a Teresópolis,
simplesmente para almoçar e passar um dia comigo. O Dr. Thomas Gilmer,
Presidente da Editora Trinitariana no Brasil, veio de São Paulo para me conhecer
e almoçar comigo.
9. -
Sou amada e respeitada pelos vizinhos, no prédio onde tenho um apartamento
comprado com muitos anos de trabalho honesto. Não freqüento a casa de pessoa
alguma, mas elas sempre me vêm pedir conselhos e até o síndico me pede aprovação
sobre os projetos que pretende colocar em prática no prédio.
10.
Minha filha alemã ontem me telefonou para dizer que me ama, que eu sou o seu
modelo de vida, que sente a maior alegria em me ter como mãe. Eu havia acabado
de receber um presente e um cartão com os seguintes dizeres: “Querida
mamãe: os dizeres deste cartão [um pensamento de Pascal] me fizeram lembrar da
nossa última conversa por telefone. Como é bom saber que a Sra. é tão feliz!
Também me vem à cabeça um trecho do livro de
Kenn Follet, ”Pilares da Terra”, que diz: ‘Ter fé em Deus não significa ficar
sentado sem fazer nada. Significa ver que se terá sucesso, quando se fizer o
melhor possível, sincera e inteligentemente.'
Pois é isso que a Senhora é, Mãe! Uma expert na
língua, na Bíblia e na VIDA! Feliz Dia das Mães! -
Margarete.
Ora, com tantas bênçãos materiais, familiares e
espirituais me cobrindo a vida, do amanhecer ao por do sol, se eu precisasse de
mais alguma bênção, iria correndo até o gazofilácio da igreja e ali colocaria,
não somente 10% do meu salário, mas até muito mais. Contudo, já tenho Filipenses
4:7, 19 e Efésios 3:19-20 me abarrotando a existência! Então, Louvado seja Deus,
que eu não seja dizimista! Realmente, gosto de contribuir com missões e com a
construção do novo templo. Mas...
ser dizimista, não senhor!
Se não houvesse dizimistas tão fanáticos na igreja eu até contribuiria, digamos,
com 5% do que recebo do INSS, para ajudar nas despesas da mesma e pagar o
salário do pastor. Mas dar 10% do bruto de minha pensão, depois de ter
trabalhado durante 45 anos ... E ver gente deixando de se alimentar
corretamente para entregar 10% de sua renda bruta, levando tantos pastores
(principalmente os das igrejas malaquianas) a engordar as suas contas bancárias
no exterior... Essa não!
Se os “abençoados dizimistas” da nossa
PIBT acham que estou errada e querem falar biblicamente sobre o assunto, podem
me procurar. Tenho um livro prontinho para entregar-lhes, mesmo sabendo que os
líderes da Igreja vão me detonar por causa disso!!! Nesse caso, como não coloco
a menor fé no dízimo, eu citaria Romanos 14:23 e 12: “tudo
o que não é de fé é pecado” e “cada
um de nós dará conta de si mesmo a Deus”.
Capítulo 13
Que culpa tenho eu?
Para alguns irmãos (principalmente mulheres) que
me enviam mensagens contundentes, achando que vão me deixar deprimida, ou com um
enorme complexo de culpa, respondo simplesmente.
Que culpa tenho eu
... que Deus tenha sido maravilhoso demais para mim, desde o dia do meu
nascimento, até o dia de hoje? Ele me tem cumulado de bênçãos (mesmo eu não
sendo dizimista) e essas bênçãos são tantas que resolvi fazer um ligeiro resumo
de algumas delas...
Nasci num lar católico, onde havia muita
generosidade com os empregados, meus pais me amavam muito e me deram tudo de que
eu precisava para ser uma criança feliz. Fui educada na fé em Cristo, honrando-O
como Deus e Salvador, embora com a falsa noção de que Maria tinha quase tanto
poder como Ele e que eu era tão abençoada, por ter nascido no dia da Imaculada
Conceição.
Na escola nunca tirei o segundo lugar, sempre
era a melhor aluna da classe e quando terminei o curso ginasial falava Inglês
fluentemente, tendo aprendido essa língua sozinha, porque sempre me dediquei ao
estudo da mesma, além do Português e do Latim, que eu também apreciava muito.
Por isso hoje consigo escrever as duas primeiras línguas sem problema algum de
redação e ainda entendo um pouco da terceira. Do Alemão aprenderia o básico, no
futuro...
Meu pai me adorava. Quando completei 15 anos,
ele me deu de presente um colar com 15 gramas de ouro 18 K, com uma medalha de
Nossa Senhora. Quando completei 18 anos, ele, que sempre desejou me ver formada
em Medicina, deu-me de presente uma caneta de ouro 18 K com duas esmeraldas
formando os olhos da cobra que adornava a peça. Nos anos seguintes, eu
escreveria sempre com essa caneta de ouro!!! Até que um dia perdi a peça... Mas
não chorei, pois nunca me apeguei a coisas materiais.
Meu pai sempre me cumulava de mimos. De brincos
e pulseiras, de roupas lindas, dizendo que eu era uma princesa, que era linda e
que um dia ainda seria uma grande médica. Nisso ele errou, pois me tornei uma
secretária bilíngüe, depois empresária em cosméticos e, finalmente, uma
escritora evangélica, pelo que agradeço imensamente a Deus, pois não gosto de
ver sangue...
Por não ter seguido a carreira que meu pai
escolhera, ele rompeu comigo e me cortou a mesada (que era a maior do colégio),
mas logo arranjei um bom emprego e até o dia do casamento nunca me faltou coisa
alguma. Dou graças a Deus por esse rompimento com meu pai, visto como aprendi a
me “virar” sozinha” e, assim, cresci na vida. Romanos 8:28!!!
Casei-me com um alemão de Berlim e não poderia
ter escolhido um marido mais honesto, mais trabalhador, amoroso e apaixonado do
que este. Ele continuou me cumulando de jóias, roupas finas e livros, viajamos
por 13 países (depois viajei por mais dois), ele sempre me dando amor, apoio e
dizendo que eu era maravilhosa! Trabalhamos muito e fizemos uma pequena fortuna
(nunca recebi nada de meus pais, porque minha mãe ficou com tudo e como esta
morreu recentemente e meus 4 irmãos estão se desentendendo por causa da herança,
preferi ficar neutra, pois brigar por dinheiro não é exatamente o meu forte).
Converti-me aos 48 anos de idade, lendo em duas
línguas a Bíblia King James/Trinitariana, e, quando me filiei a uma igreja
presbiteriana, já havia lido o Novo Testamento 50 vezes, portanto não deixei que
pastor ou presbítero algum me fizesse a cabeça, impondo-me leis humanas (como o
Dizimo, por exemplo). Hoje leio a Bíblia em três idiomas e fiz um bom curso
teológico, portanto os pastores sempre pensam bastante, antes de virem me expor
doutrinas humanas, tentando me convencer de coisas que são do interesse deles e
não do Reino...
Não posso reclamar da vida. Tenho o suficiente
para viver, sou amparada por um bom plano de saúde, tenho boa saúde, o mesmo
peso dos vinte anos, congrego numa igreja excelente e minha cabeça ainda está
funcionando muito bem. Ultimamente, quando traduzi dois livros de Teologia
Bíblica (O Senhor do Céu e A Glória do Seu Nome), num total de 120
páginas, consultei o dicionário apenas 12 vezes, o que deu uma consulta para
cada dez páginas. Esses livros escritos por Sir Robert Anderson são maravilhosos
e me fizeram crescer na fé, pois versam sobre a Divindade e o Nome de Jesus
Cristo, nosso grande Deus e Salvador.
Gastei seis semanas nas duas traduções e como
não aceitei pagamento algum (enquanto um irmão que traduziu um outro livro de
120 ps., do mesmo autor, pediu R$1.800 à pessoa interessada na tradução), ganhei
de presente um monitor de cristal líquido, que há tanto tempo eu desejava
possuir.
Que culpa tenho eu
se Deus é tão maravilhoso assim comigo, provando a veracidade de Efésios
3:19-21? “E conhecer o amor de Cristo,
que excede todo o entendimento, para que sejais cheios de toda a plenitude de
Deus. Ora, àquele que é poderoso para fazer tudo muito mais abundantemente além
daquilo que pedimos ou pensamos, segundo o poder que em nós opera, a esse glória
na igreja, por Jesus Cristo, em todas as gerações, para todo o sempre. Amém”.
Aos invejosos aconselho que façam a seguinte
oração: “Senhor, tu tens sido bom demais com a Mary, que é tão má, tão
orgulhosa, tão vaidosa, tão deficiente no amor ao próximo... Castiga a Mary e me
dá tudo que tens dado a ela”.
Se Ele escutar esta oração, tudo bem. Ele é
SOBERANO e JUSTO. Tem todo o direito de fazer o que bem desejar... com o
fariseu invejoso que fizer esta oração.
Capítulo 14
O Diabo era eu...
No Seminário onde estudei Teologia, nos anos
1980, tive um professor que já está na glória e se chamava Valdomiro. Ele nos
dava aulas de Novo Testamento e era bom demais no assunto. Com ele
aprendi muitas coisas importantes e uma delas jamais irei esquecer em minha vida
cristã: “Irmãos, nunca usem o Velho Testamento, a não ser para ilustração,
pois estamos na Dispensação da Graça e temos o Novo Testamento para nos
orientar em tudo. Especializem-se em Paulo e usem as doutrinas do VT apenas para
comparação com o NT, e os profetas antigos, apenas para conhecer as profecias e
aguardar o seu cumprimento, vivendo uma vida reta diante de Deus e dos homens”.
Procurei seguir o conselho do meu professor e só tenho que me alegrar. Adoro os
salmos... como poesia lírica e edificante!
Após doze anos, seguindo literalmente essa
regra, conheci outro pastor - Paul Pimentel - que estudou no mesmo seminário e é
um mestre em Apologética. Com ele trabalhei 3 anos no CPR (Centro de Pesquisas
Religiosas) e aprendi tanto ou mais do que aprendi de Bíblia no seminário. Lendo
um livro por dia, traduzindo vários livros teológicos e apologéticos do Inglês e
respondendo cartas dos associados do CPR, aprendi muita coisa importante e uma
delas é que o Novo Testamento deve ser a nossa MAIOR regra de fé e prática na
vida cristã.
Infelizmente, a maioria dos pastores hoje em dia
se apega fervorosamente ao Velho Testamento, por dois motivos: Primeiro,
porque esses pastores medíocres podem usar e abusar das histórias antigas,
fantasiando os seus enredos, a seu bel prazer. Segundo, porque podem
impor muitas leis do VT aos pobres membros de suas igrejas, para os escravizar,
como por exemplo, usando Malaquias para extorquir o dízimo dos que não conhecem
bem a Palavra de Deus.
Vamos dar um exemplo: Em certa igreja
neopentecostal, que adora ceifar os bolsos dos seus membros, foram lidas há
alguns domingos, num culto vespertino, as seguintes passagens bíblicas de
Jeremias 35:1,2,8,10,16: “A PALAVRA que do SENHOR veio a Jeremias, nos dias
de Jeoiaquim, filho de Josias, rei de Judá, dizendo: Vai à casa dos recabitas,
e fala com eles, e leva-os à casa do SENHOR, a uma das câmaras e dá-lhes vinho a
beber. Obedecemos, pois, à voz de Jonadabe, filho de Recabe, nosso pai, em tudo
quanto nos ordenou; de maneira que não bebemos vinho em todos os nossos dias,
nem nós, nem nossas mulheres, nem nossos filhos, nem nossas filhas; mas
habitamos em tendas, e assim obedecemos e fazemos conforme tudo quanto nos
ordenou Jonadabe, nosso pai. Visto que os filhos de Jonadabe, filho de Recabe,
guardaram o mandamento de seu pai que ele lhes ordenou, mas este povo não me
obedeceu...”
Ao contrário do pastor da PIBT, que usaria
depois essas mesmas passagens apenas para aconselhar que os membros vivam
conforme os ditames da Palavra Santa, esse pastor “ceifeiro” pregou mais ou
menos o seguinte:
“Meus irmãos: Recabitas eram homens de Israel
que não bebiam vinho... nem cerveja, nem conhaque, é claro! Todo o dinheiro que
eles ganhavam consertando objetos de metal era para entregar no templo, para
sustentar a obra do Senhor. Não vou condenar quem dá um cheque sem cobertura,
pois ninguém consegue mais ganhar o suficiente para pagar tantos impostos e
comprar tudo que é preciso nos supermercados, que só sabem explorar o bolso da
gente. Não vou condenar quem atrasa o pagamento do aluguel, da luz e do
telefone, pois as companhias multinacionais exploram tanto que o dinheiro acaba
depressa e não dá para a gente cumprir todos os compromissos do mês. Não vou
condenar quem vive com uma mulher sem casar... Pois nem sempre é possível se
casar, por vários motivos... O que eu condeno , sim, é crente que bebe
vinho, mas se atrasa na entrega do dízimo e das ofertas, porque roubar o
governo, tudo bem, mas ‘roubar a Deus’ é um caso muito mais sério e isso causa
maldição de vida!”
Depois de ter lido Malaquias 3:6-8, tendo
olhado para a terceira fila e me visto de cara amarrada, o pastor falou com voz
trovejante: “Meus irmãos, o diabo odeia esses versículos de Malaquias
e ele está aqui presente, podem crer...” (Pelo visto, o diabo era eu!)
E foi por aí a fora o tal pastor malaquiano,
pregando (os pobres analfabetos bíblicos na cruz de sua ambição), até ficar
rouco e ver a uma fila enorme de ovelhas se dirigindo ao gazofilácio, enquanto
“o diabo” permanecia quietinho em sua cadeira de plástico barato...
Amados: Tenham cuidado com os pastores que usam
e abusam do Velho Testamento. Eles não são sérios. Quando não são embromadores
de primeira, fantasiando as histórias do Velho Testamento para preencher o tempo
e engabelar os crentes, são uns irresponsáveis e abusivos extorquidores dos
membros de suas igrejas.
Leiam e meditem o Novo Testamento. Procurem
igrejas que preguem o NT. Vivemos na Dispensação da Graça. Não temos
obrigação alguma, a não ser crer realmente na validade do sacrifício vicário do
nosso Divino Salvador, procurando seguir os ensinamentos do Apóstolo Paulo. Os
recabitas não bebiam vinho? Tudo bem, eles viviam na era do VT! Eu bebo uma taça
de vinho suave, sempre que recebo uma visita e ela aprecia vinho. Jesus tomava
vinho com os fariseus... Serei melhor do que Ele? Paulo nos diz em Efésios 5:18:
“E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do
Espírito”. Ele não proíbe que se beba vinho, proíbe apenas que o crente se
embriague. Quem toma uma taça, em ocasiões especiais, até pode estar cumprindo
Efésios 5:17 : “Por isso não sejais insensatos, mas entendei qual seja a
vontade do Senhor”.
E qual é vontade do Senhor?
Que eu
seja uma cristã autêntica, pois a maioria dos crentes é hipócrita demais, sempre
se comportando de um modo na igreja e de outro, no mundo. A maioria dos crentes
quer parecer melhor do que realmente é... Crente que atrasa os seus pagamentos,
que dá cheque sem fundo, que vive na imoralidade, que se esconde atrás de uma
capa de santidade, esse merece a condenação de Paulo. Leiam Romanos 13:7-8:
“Dai a cada um o que deveis: a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a
quem temor, temor; a quem honra, honra. A ninguém devais coisa alguma, a não ser
o amor com que vos ameis uns aos outros; porque quem ama aos outros cumpriu a
lei”.
Leiam ainda: “GERALMENTE
se ouve que há entre vós fornicação, e fornicação tal, que nem ainda entre os
gentios se nomeia... Mas agora vos escrevi que não vos associeis com aquele que,
dizendo-se irmão, for devasso, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou
beberrão...” (1 Coríntios 5:1,
11). Paulo fala de “beberrão”. Os pastores malaquianos proíbem que se tome uma
taça de vinho em diais de festa, mas fecham os olhos aos membros que atrasam
suas contas, que viverem maritalmente, contanto que estes entreguem
pontualmente o dízimo e as ofertas. Por que será?
Resposta:
Porque estão mais interessados em suas contas bancárias do que na edificação dos
membros de suas “igrejas”.
Capítulo 15
Vamos comprar a boa vontade divina!
Os pastores das igrejas malaquianas
(neopentecostais) fazem tudo que lhes vem à cabeça, a fim de agradar aos
freqüentadores, mesmo que isso vá de encontro (em vez de ao encontro) à
Palavra de Deus. O jornal americano ”The Christian Science Monitor”
publica sobre este assunto um artigo de Kris Axtman:
“Depois de propalar o jargão “Cristo é melhor
do que a vida” certo pastor dirige-se aos 16.000 freqüentadores da igreja e
proclama: “Hoje vamos ter muito rock. Neste local já se ouviu muito rock,
antigamente, portanto agora vamos cantar rock para Jesus”... Os órgãos há
muito foram substituídos por guitarras elétricas e os hinos pelas músicas
mundanas. Assim são tocados e cantados os últimos sucessos do rock, aplaudidos
em jogos e eventos seculares mais recentes.
A maior entre as mega-igrejas dos USA é a
Igreja de Lakewood, com 25.000 membros. Essa “moda” de mega-igreja foi
criada por Paul Young Cho, na Coréia do Sul, e adotada no Ocidente. O que
importa não é a qualidade dos freqüentadores, mas a quantidade dos mesmos. Já
não se dá atenção aos dogmas tradicionais, os quais foram substituídos por
símbolos e sermões de pensamento positivo, que levantam a auto-estima dos
membros. Eles aprendem que “através de Deus são sempre vencedores e jamais
vítimas”. As mensagens são de encorajamento, fáceis de serem digeridas, pois
ninguém é chamado de “pecador”. A palavra “arrependimento” é muito forte! O
“Jesus” dos pastores modernos é apenas um sinônimo de pensamento positivo, de
poder e de vitória. Ninguém é aconselhado a tomar a sua cruz e seguir ao Senhor,
pois isso está fora de moda... Não se fala mais de “condenação eterna”, nem de
“lago de fogo e enxofre”, pois isso é coisa da religião obsoleta. A mensagem
deve ser de encorajamento porque é assim que o “evangelho” moderno funciona,
tanto que essas igrejas estão sempre lotadas. A pregação é cheia de motivação do
ego, como: “Mantenha sempre uma atitude positiva! Deixe todo pensamento negativo
de lado. Seja determinado! Deus tem obrigação de dar tudo que você pedir”. O
Espírito Santo há muito se transformou num “office boy” desses pastores
malaquianos.
Esse tipo de sermão é incrementado com um
“coral” bem moderno de até 300 vozes. O barulho é ensurdecedor, todos
imaginando que Deus é surdo e, portanto, os crentes precisam gritar para serem
ouvidos. Claro que essa gente não conhece Habacuque 2:20: “Mas
o SENHOR está no seu santo templo; cale-se diante dele toda a terra”.
As moças, vestidas quase exclusivamente de
mini-saias, exibindo decotes escandalosos, se gabam: “É bom demais. Não
perdemos um culto sequer, pois nos sentimos realizadas, lá dentro, e ainda
compramos os vídeos e levamos para casa. A mensagem é sempre positiva demais e a
música é grande!”.
Esse tipo de instituição se expande
assustadoramente. A “operação do erro” está em franco andamento, a fim de que o
Anticristo encontre a igreja estabelecida pronta para receber os sinais e
maravilhas que enganarão a maioria dos cristãos da atualidade. Todos esperam ser
arrebatados - esperando, contudo, que isso aconteça daqui a uns 30 anos, não
agora, pois a vida é tão boa!
Nos anos 1970, havia apenas 10 mega-igrejas nos
USA, mas hoje elas passam de 740. Aqui no Brasil elas também se multiplicam,
principalmente nas chamadas “tendas”, que abrigam milhares de iludidos
analfabetos bíblicos, os quais entregam aos falsos pastores o que têm e o que
não têm, tentando comprar a boa vontade de Deus, a fim de ganhar bênçãos e
mais bênçãos. Não se fala em santidade de vida, pois a suposição é que os
dízimos e ofertas cobrem todo tipo de pecado e, assim, todos se sentem felizes e
realizados, contanto que dêem bastante dinheiro aos falsos pastores (Os dízimos
e ofertas exigidos por esses falsos pastores equivalem às indulgências da Igreja
de Roma). Entre os analfabetos bíblicos, que escutam o tempo inteiro textos fora
do contexto, encontram-se pessoas da classe média, pobres e até os miseráveis,
que deixam de pagar a passagem de volta para casa, a fim de darem o dinheiro da
passagem de ônibus ao “Senhor”, pois assim Ele vai lhes conceder um bom emprego,
uma boa casa, um carro e tudo com que essa gente sonha. Sim, porque com a falta
de empregos no país, só mesmo um milagre para se conseguir trabalhar e ganhar
dinheiro... E como o “pastor” promete conseguir tudo que desejamos, vamos encher
os seus bolsos e suas contas bancárias, esperando que em breve todos os nossos
problema sejam resolvidos!
Mary Schultze – Julho 2005 (Informações colhidas
no “TBC This Week”,
12/01/04)
Capítulo 16
O dízimo do Velho Testamento, versus o dadivar
do Novo Testamento
Introdução
A idéia de que todo crente é obrigado a dizimar
(dar 10% da sua renda para a obra do Senhor) é largamente difundida nas igrejas
evangélicas de hoje. Já bem cedo na vida espiritual, praticamente todo crente é
ensinado que tem que dizimar. Algumas igrejas crêem tão fortemente em dizimar
que seus membros regularmente recitam o
Credo do Dizimista
-- "O dízimo é do Senhor. Em a verdade, o aprendemos. Em a fé, o cremos. Em a
alegria, o damos. O dízimo!" Outros [muitos] pregadores têm clamado que
qualquer crente que não dá o dízimo para o trabalho do Senhor está roubando Deus
e está sob maldição, de acordo com Malaquias 3:8-10.
Neste livrinho, examinaremos o que a [própria]
Bíblia ensina sobre o assunto do dízimo, sendo nosso propósito entendermos
[somente pela Bíblia] qual a [real] relevância que o dízimo tem para os crentes
no Senhor Jesus Cristo, vivendo sob o Novo Pacto. Faremos isto examinando o que
a [própria] Bíblia tem a dizer sobre o dízimo: 1) antes da Lei ser dada; 2) sob
a Lei Mosaica; 3) nas Escrituras do Novo Testamento.
[0]
1 - O dízimo, antes da Lei
Há duas passagens Bíblicas que falam de um
dízimo sendo dado antes que a Lei fosse instituída no Sinai. As passagens
envolvem Abraão e Jacó, dois dos patriarcas de Israel.
Gênesis 14:17-20:
"E o rei de Sodoma saiu-lhe ao encontro (depois
que voltou de ferir a Quedorlaomer e aos reis que estavam com ele) até ao Vale
de Savé, que é o vale do rei. 18 E
Melquisedeque, rei de Salém, trouxe
pão e vinho; e era este sacerdote do Deus Altíssimo. 19 E abençoou-o, e disse:
Bendito seja Abrão pelo Deus Altíssimo, o Possuidor dos céus e da terra; 20 E
bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas mãos.
E Abrão deu-lhe o dízimo de tudo.
[Todas as citações são da Almeida Corrigida Fiel]"
Nesta passagem, somos ditos que Abraão deu um
dízimo a Melquisedeque, presumivelmente como uma expressão de gratidão a Deus
por capacitar-lhe e conceder-lhe resgatar seu sobrinho Ló, que tinha sido levado
cativo. Aqueles que crêem que o dízimo é mandatório para os crentes do Novo
Testamento argumentam que, uma vez que o dízimo foi praticado antes que a Lei
Mosaica fosse dada, ele forçosamente também tem que ser praticado depois da Lei
Mosaica (que tem sido feita obsoleta pelo estabelecimento do Novo Pacto, através
do sacrifício de Cristo) (He 8:13). No entanto, antes que cheguemos a qualquer
decisão dura e apressada, olhemos de mais perto o texto [acima] e façamos
algumas observações pertinentes.
- Não há nenhuma evidência neste texto de que
dizimar foi ordenado por Deus. De fato, tudo no texto nos leva a crer que dar o
dízimo foi, completamente, uma decisão e [livre] escolha de Abraão. Como tal,
foi completamente voluntária. Como veremos pouco depois em nosso estudo, o
dízimo, na Lei, de modo algum era voluntário, mas sim obrigatório a todo o povo
de Deus.
- Ademais, este é o único dízimo que as
Escrituras mencionam que Abraão deu [em toda a sua vida]. Não temos nenhuma
evidência de que dizimar era sua prática geral [habitual, constante].
- Ainda mais, este dízimo proveio do despojo da
vitória que Abraão adquiriu por poderio militar. Como notaremos depois em nosso
estudo, o dízimo exigido sob a Lei Mosaica era sobre o lucro da colheita, dos
frutos e dos rebanhos, e para ser dado em uma base anual -- não o despojo de uma
vitória militar!
Gênesis 28:20-22:
E Jacó
fez um voto, dizendo: Se Deus for
comigo, e me guardar nesta viagem que faço, e me der pão para comer, e vestes
para vestir; 21 E eu em paz tornar à casa de meu pai, o SENHOR me será por Deus;
22 E esta pedra que tenho posto por coluna será casa de Deus; e de tudo quanto
me deres, certamente te darei o dízimo.
Jacó, nesta passagem, está fazendo um voto em
resposta a uma visitação que recebeu de Deus, em um sonho. Neste sonho, Jacó viu
uma escada alcançando o céu, com os anjos de Deus subindo e descendo por ela. No
sonho, Deus estava de pé, acima da escada, e disse a Jacó "... Eu sou o
SENHOR Deus de Abraão teu pai, e o Deus de Isaque; esta terra, em que estás
deitado, darei a ti e à tua descendência; 14 E a tua descendência será como o pó
da terra, e estender-se-á ao ocidente, e ao oriente, e ao norte, e ao sul, e em
ti e na tua descendência serão benditas todas as famílias da terra; 15 E eis que
estou contigo, e te guardarei por onde quer que fores, e te farei tornar a esta
terra; porque não te deixarei, até que haja cumprido o que te tenho falado."
(v. 13-15). Em resposta, Jacó fez o voto que, se Deus guardasse Sua promessa,
ele, por sua vez, daria a Deus um dízimo. Novamente, em semelhança ao exemplo de
Abraão, parece que este dízimo foi voluntário da parte de Jacó. Se ele de fato
começou a dizimar [a Bíblia não o registra] depois que Deus cumpriu a promessa
que lhe fez, Jacó ainda adiou o dizimar por 20 anos! [até depois da volta a
Canaã.]
Estes dois são os únicos exemplos de dizimar que
podem ser encontrados no Velho Testamento antes da Lei ser dada. Ambos são
exemplos de algo voluntário, e nenhum desses dois dizimos foi pedido por Deus.
Em nenhum dos personagens [Abraão e Jacó, que deram estes dois dízimos,] vemos
um exemplo de dizimar como uma prática geral [habitual, constante] das suas
vidas. De fato, na vida de Abraão, parece que temos um dízimo como algo que ele
só deu uma única vez em sua vida, e foi [um dízimo] dos despojos de uma vitória
militar, dado a um sacerdote de Deus
[1]. Se nossa única evidência para
obrigar crentes sob o Novo Pacto a dizimarem se apóia nestas duas passagens de
Gênesis, parece-me que estamos nos apoiando em um fundamento muitíssimo
inseguro!
2 - Dizimando, sob a Lei Mosaica
Que ensina a Bíblia sobre o dízimo sob a Lei
Mosaica? Nesta seção do nosso estudo, examinaremos todas as passagens
significantes que descrevam o dízimo sob a Lei, nas Escrituras.
Levítico 27:30-33: "Também todas as dízimas do
campo, da semente do campo, do fruto das árvores, são do SENHOR; santas são ao
SENHOR. 31 Porém, se alguém das suas dízimas resgatar alguma coisa, acrescentará
a sua quinta parte sobre ela. 32 No tocante a todas as dízimas do gado e do
rebanho, tudo o que passar debaixo da vara, o dízimo será santo ao SENHOR. 33
Não se investigará entre o bom e o mau, nem o trocará; mas, se de alguma maneira
o trocar, tanto um como o outro será santo; não serão resgatados."
Note que, nesta passagem, o dízimo é descrito
como sendo parte do produto da terra, da semente do campo, do fruto das árvores,
do gado, e do rebanho. O dízimo não era o dar dinheiro. Em local algum
das Escrituras você encontrará que dizimar era o dar dinheiro para Deus.
Ademais, o dízimo era provavelmente dado em uma base anual. Cada ano, depois que
a terra tinha sido colhida, as pessoas traziam para os sacerdotes as décimas
partes de suas colheitas e do aumento na manada e no rebanho
[2]. Daí, penso que podemos
imediatamente ver que nossa contribuição semanal (ou mensal) de dez por cento
de nossa renda monetária difere muito da prática do dízimo que encontramos na
Bíblia.
Números 18:21-24 ["O Dízimo para os Levitas"]:
E eis que aos filhos de Levi tenho dado todos os dízimos em Israel por herança,
pelo ministério que executam, o ministério da tenda da congregação. 22 E nunca
mais os filhos de Israel se chegarão à tenda da congregação, para que não levem
sobre si o pecado e morram. 23 Mas os levitas executarão o ministério da tenda
da congregação, e eles levarão sobre si a sua iniqüidade; pelas vossas gerações
estatuto perpétuo será; e no meio dos filhos de Israel nenhuma herança terão, 24
Porque os dízimos dos filhos de Israel, que oferecerem ao SENHOR em oferta
alçada, tenho dado por herança aos levitas; porquanto eu lhes disse: No meio dos
filhos de Israel nenhuma herança terão”.
Note, neste texto, que o dízimo foi planejado
para ser o sustento dos levitas. Uma vez que estes não tinham nenhuma herança
[terra para atividade agro-pastoril] na Terra Prometida, tal como a tinham as
outras tribos, Deus fez provisão para o sustento deles através do dízimo das
outras famílias de Israel. De fato, em Números 18:31 somos ditos "E o
comereis em todo o lugar, vós e as vossas famílias, porque
vosso galardão é pelo vosso ministério na tenda
da congregação." O dízimo foi o
pagamento- recompensa que Deus supriu para os levitas, pelos seus serviços
sacerdotais. Isto é similar ao sustento que os funcionários do governo recebem
hoje no nosso país, através dos impostos e taxas pagos pelo trabalhador comum.
Deuteronômio 14:22-27 ["O Dízimo para o
Festival"]: Certamente darás os
dízimos de todo o fruto da tua semente, que cada ano se recolher do campo. 23 E,
perante o SENHOR teu Deus, no lugar
que escolher para ali fazer habitar o seu nome, comerás os dízimos do teu grão,
do teu mosto e do teu azeite, e os primogênitos das tuas vacas e das tuas
ovelhas; para que aprendas a temer ao
SENHOR teu Deus todos os dias. 24 E
quando o caminho te for tão comprido que os não possas levar,
por estar longe de ti o lugar que escolher o SENHOR teu Deus para ali pôr o seu
nome, quando o SENHOR teu Deus te tiver abençoado; 25
Então vende-os, e ata o dinheiro na tua mão, e
vai ao lugar que escolher o SENHOR teu Deus; 26 E aquele dinheiro darás por tudo
o que deseja a tua alma, por vacas, e por ovelhas, e por vinho, e por bebida
forte, e por tudo o que te pedir a tua alma; come-o ali perante o SENHOR teu
Deus, e alegra-te, tu e a tua casa; 27 Porém não desampararás o levita que está
dentro das tuas portas; pois não tem parte nem herança contigo”.
Este texto fala de um dízimo sendo usado para
prover as festas e festivais religiosos de Israel. Números 18:21 nos diz que
Deus deu todo o dízimo em Israel para ser a herança para os Levitas. Se todo o
dízimo foi dado aos Levitas, então como é que este dízimo (em Dt 14) é dito para
ser usado para as festas e festivais religiosos de Israel? A resposta tem que
ser que este é um segundo dízimo. O primeiro era usado para o sustento dos
Levitas e o segundo para prover para os festivais religiosos, tanto assim que
chegou a ser referido como "O Dízimo para o Festival". O povo de Israel devia
usar este dízimo para comer na presença do Senhor, em Jerusalém (o local que Ele
escolheu para estabelecer seu nome). Se fosse demasiadamente incômodo para as
pessoas de longe trazerem seus dízimos todo o caminho até Jerusalém, seria
permitido que elas o vendessem e trouxessem o dinheiro [apurado] até Jerusalém,
onde poderiam comprar aquilo de necessidade para os festivais. Deus
expressamente encoraja as pessoas a gastarem o dinheiro deles em "tudo o que
deseja a tua alma," incluindo bebida forte! !
[3] O propósito era que o povo de
Israel pudesse aprender [ambas as coisas:] a temer o Senhor e a regozijar ante
Ele. Note que ter um sentimento de temor do Senhor, e regozijar ante Ele, não
são mutuamente exclusivos, mas, na realidade, são complementares, deveriam
acompanhar um ao outro! Este "Dízimo Para o Festival" tornou possível ao povo
de Israel ter toda a comida e bebida necessárias para que pudesse usufruir
prazerosamente das festas religiosas de Israel, e adorar ante o Senhor.
Deuteronômio 14:28-29 ["O Dízimo para os
Pobres"]: Ao fim de três anos tirarás todos os dízimos da tua colheita no
mesmo ano, e os recolherás dentro das tuas portas; 29 Então virá o levita (pois
nem parte nem herança tem contigo), e o estrangeiro, e o órfão, e a viúva, que
estão dentro das tuas portas, e comerão, e fartar-se-ão; para que o SENHOR teu
Deus te abençoe em toda a obra que as tuas mãos fizerem”.
Aqui, somos ensinados a respeito de um terceiro
dízimo que é coletado a cada terceiro ano. Os comentaristas Bíblicos estão
divididos quanto a se este é realmente um terceiro dízimo, em separado, ou
apenas é o segundo dízimo usado de um modo diferente, no terceiro ano. O
historiador judeu Josephus apóia o ponto de vista de que este foi um terceiro
dízimo, em separado. Outros antigos comentaristas judeus têm escrito em apoio a
que é [apenas] o segundo [tipo de] dízimo que, a cada três anos, era coletado e
usado com outro fim. É impossível se determinar com absoluta certeza quem está
certo. De qualquer modo, o povo judeu tinha sido ordenado a dar pelo menos [10 +
10 =] 20 por cento das suas colheitas e rebanhos, e talvez tanto quanto [10 +
10 + 10/3] = 23.3 por cento! Este dízimo particular bem poderia ser chamado "O
Dízimo para os Pobres". Não devia ser ajuntado em Jerusalém, mas nas aldeias. As
pessoas de cada aldeia deviam trazer uma décima parte de suas colheitas e
rebanhos e ajuntar tudo, para prover os pobres da aldeia, incluindo os
estrangeiros, os órfãos, e as viúvas.
Em muitos aspectos, parece que o dízimo exigido
sob a Lei é hoje similar à taxação que o governo impõe sobre nós. Israel era
governado por uma teocracia. Sob ela,
o povo era responsável por prover para os trabalhadores do governo (os
sacerdotes e os levitas em geral), para os dias santificados (festas de alegria
ao Senhor), e para os pobres (estrangeiros, viúvas e órfãos).
Neemias 12:44: “Também no mesmo dia se nomearam
homens sobre as câmaras, dos tesouros, das ofertas alçadas, das primícias, dos
dízimos, para ajuntarem nelas, dos campos das cidades, as partes da lei para os
sacerdotes e para os levitas;” porque
Judá estava alegre por causa dos sacerdotes e dos levitas que assistiam ali.
Note que o texto diz que os dízimos eram exigências "da Lei".
Estes dízimos não eram voluntários como o foi
nas vidas de Abraão e Jacó. Similarmente, lemos em Hebreus 7:5 "E
os que dentre os filhos de Levi recebem o
sacerdócio têm ordem, segundo a lei, de tomar o dízimo do povo, isto é,
de seus irmãos, ainda que tenham saído dos lombos de Abraão."
[Indiscutivelmente] o dízimo nunca foi voluntário, sob a Lei de Moisés. Note,
aqui, que, nos dias de Neemias, homens eram indicados para ajuntarem as ofertas
e os dízimos em câmaras designadas para aquele propósito particular. Estas
câmaras eram para os bens armazenados, e depois se tornaram conhecidas como
"casas do tesouro". Isto se tornará importante quando olharmos para o nosso
próximo texto, em Malaquias 3.
Malaquias 3:8-12: “Roubará o homem a Deus?
Todavia vós me roubais, e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas.
9 Com maldição sois amaldiçoados, porque a mim me roubais, sim, toda esta nação.
10 Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha
casa, e depois fazei prova de mim nisto, diz o SENHOR dos Exércitos, se eu não
vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós uma bênção tal até que não
haja lugar suficiente para a recolherdes. 11 E por causa de vós repreenderei o
devorador, e ele não destruirá os frutos da vossa terra; e a vossa vide no campo
não será estéril, diz o SENHOR dos Exércitos. 12 E todas as nações vos chamarão
bem-aventurados; porque vós sereis uma terra deleitosa, diz o SENHOR dos
Exércitos”.
Examinemos esta passagem verso por verso, para
que dela possamos extrair algumas importantes verdades.
3:8
Este verso nos diz que quando um homem retém seus dízimos ele está roubando, na
realidade, a Deus. Isto porque ele está retendo algo que não lhe pertence, antes
é propriedade de Deus.
[4] Sob o Velho Pacto, o dízimo era
mandatório, portanto retê-lo era se tornar um ladrão. Note também que Deus diz
que o povo o estava roubando em dízimoS.
Ele não disse no "dízimo", mas sim nos "dízimoS"
(plural). Estes "dízimos" têm que se referir aos diferentes dízimos requeridos
do povo de Deus (o Dízimo para o Levita, o Dízimo para as Festas ao Senhor, e o
Dízimo para os Pobres). Adicionalmente, observe que Deus não está condenando o
reter apenas dos dízimos, mas também das ofertas. Estas, sem dúvida, referem-se
às ofertas especificadas em Levíticos 1-5, tais como a oferta queimada
[holocausto], a oferta dos manjares, a oferta de paz, a oferta pelos pecados, e
a oferta pelas culpas. Todas estas ofertas eram constituídas, principalmente, de
sacrifícios de animais. O suprimento de comida e mantimento para os Levitas era
provido, em grande parte, através destes sacrifícios de animais, dos quais os
Levitas eram permitidos participar [comendo-os], em certos casos. Uma importante
pergunta emerge a este ponto. Por que é que reconhecemos que o sacrifício de
animais não é coisa para o Novo Pacto, mas dizemos que o dízimo o é? Se
estivéssemos sob a obrigação de pagar dízimos hoje, então, certamente, ainda
estaríamos obrigados a oferecer sacrifícios de animais. Deus amarrou um ao
outro (os dízimos e os sacrifícios), e disse que Seu povo O estava roubando por
reter a ambos. Não podemos decidir "pegar e escolher" qual dos dois ofereceremos
a Deus, hoje. Das duas uma: [a] estamos sob a obrigação de oferecer ambos, tanto
dízimos como ofertas de animais (sacrifícios), ou [b] ambos [dízimo e
sacrifício] têm sido abolidos pela ab-rogação da Lei Mosaica.
3:9
Aqui, somos ditos que, como o povo de Israel estava retendo os dízimos e
ofertas, conseqüentemente estava amaldiçoado com uma maldição. Note que o verso
não diz "Com maldição sois amaldiçoados, porque a mim me roubais, sim, toda a
humanidade."
Ao contrário, diz "Com maldição sois amaldiçoados, porque a mim me roubais,
sim, toda esta nação."
Se dizimar fosse um mandamento moral e eterno para todos os povos de todos os
tempos, então todos estes estariam sob maldição. Mas nosso texto somente diz
que é toda nação de Israel que estava sob a maldição. Agora, o que é
interessante sobre esta "maldição" é que, em Deuteronômio 28, somos ditos que se
Israel, sob a Lei Judaica, desobedecesse os mandamentos de Deus, então a nação
seria amaldiçoada. Note os seguintes textos:
Deuteronômio 28:18
"Maldito o fruto do teu ventre, e o fruto da tua terra, e as crias das tuas
vacas, e das tuas ovelhas. 23 E os teus céus, que estão sobre a cabeça, serão de
bronze; e a terra que está debaixo de ti, será de ferro. 24 O SENHOR dará por
chuva sobre a tua terra, pó e poeira; dos céus descerá sobre ti, até que
pereças. 38 Lançarás muita semente ao campo; porém colherás pouco, porque o
gafanhoto a consumirá. 39 Plantarás vinhas, e cultivarás; porém não beberás
vinho, nem colherás as uvas; porque o bicho as colherá. 40 Em todos os termos
terás oliveiras; porém não te ungirás com azeite; porque a azeitona cairá da tua
oliveira. E todas estas maldições
virão sobre ti, e te perseguirão, e te alcançarão, até que sejas destruído;
porquanto não ouviste à voz do SENHOR teu Deus, para guardares os seus
mandamentos, e os seus estatutos, que te tem ordenado;"
(Dt 28:18, 23-24, 38-40, 45). Nestes versos, Deus adverte que, se o Seu povo
desobedecesse os Seus mandamentos e estatutos, então as ceifas dele falhariam,
as chuvas não viriam, as colheitas seriam pequenas, a locusta [tipo de grilos ou
gafanhotos] consumiria a comida, e o fruto das árvores falharia.
3:10
Nesta passagem, Deus fala da "casa do tesouro". Com base em Neemias 12:44,
sabemos que isto se refere às câmaras no Templo, postas à parte e designadas
para guardar os dízimos dados pelo povo para o sustento dos sacerdotes [e a
todos os demais levitas]. Não existe sequer um fiapo de evidência de que
devemos associar estas "casas do tesouro" aos prédios das igrejas para os quais
os crentes do Novo Pacto devem trazer seus dinheiros. Ademais, a razão pela
qual Israel devia trazer todos os dízimos para dentro da casa do tesouro era que
houvesse [bastante] alimento na casa de Deus. Deus estava interessado em que os
levitas tivessem comida para comer. Este era o propósito daqueles dízimos que
eram trazidos para o Templo de Deus. Somos ditos, também, que se o povo de Deus
fosse fiel em trazer seus dízimos para a casa do tesouro, Deus abriria as
janelas do céu e derramaria para eles uma bênção até que transbordasse. Isto sem
dúvidas refere-se à promessa de Deus de trazer abundantes chuvas para produzir a
bênção de uma transbordante ceifa.
3:11
Neste verso, Deus promete que se Israel trouxer os dízimoS
[e as ofertaS],
Ele repreenderá o devorador para que não destrua o fruto da terra. Sem dúvidas,
o "devorador" é uma referência às locustas que Deus adverte que virão sobre os
campos de Israel se o povo falhar em trazer o dízimo (Dt 28:38; vide acima).
3:12
Neste verso, Deus graciosamente promete que, se Israel for obediente no dar os
seus dízimoS
e ofertaS,
todas as nações a chamarão abençoada. É interessante que Deus não apenas
advertiu Israel de que seria amaldiçoada se desobedecesse a Lei Mosaica, mas
também prometeu que seria abençoada se a obedecesse. Note estes textos, "1 ¶
E será que, se ouvires a voz do
SENHOR teu Deus, tendo cuidado de guardar todos os seus mandamentos que eu hoje
te ordeno, o SENHOR teu Deus te exaltará sobre todas as nações da terra.
2 E todas estas bênçãos virão
sobre ti e te alcançarão, quando ouvires a voz do SENHOR teu Deus;”
(Dt 28:1-2). 4 Bendito o fruto do teu ventre, e o fruto da tua terra, e o
fruto dos teus animais; e as crias das tuas vacas e das tuas ovelhas. 8 O SENHOR
mandará que a bênção [esteja] contigo nos teus celeiros, e em tudo o que puseres
a tua mão; e te abençoará na terra que te der o SENHOR teu Deus. 11 E o SENHOR
te dará abundância de bens no fruto do teu ventre, e no fruto dos teus animais,
e no fruto do teu solo, sobre a terra que o SENHOR jurou a teus pais te dar. 12
O SENHOR te abrirá o seu bom tesouro, o céu, para dar chuva à tua terra no seu
tempo, e para abençoar toda a obra das tuas mãos; e emprestarás a muitas nações,
porém tu não tomarás emprestado."
(Dt 28:1-2, 4, 8, 11-12). Aqui, Deus
prometeu abençoar Israel materialmente, se ela fosse obediente. A promessa
inclui abundantes colheitas, copiosas chuvas, e grandes aumentos nas manadas e
nos rebanhos.
Portanto, é minha convicção que as bênçãos e
maldições escritas em Malaquias 3:8-12 referem-se às bênçãos materiais que Deus
prometeu a Israel, se ela obedecesse seus mandamentos e estatutos. Dizimar foi
um destes mandamentos.
Portanto, que podemos concluir sobre o dízimo,
sob a Lei Mosaica? Penso que, com segurança, podemos concluir que o dízimo não
tinha nada a ver com o dar dinheiro regularmente, numa base semanal ou mensal,
mas, ao contrário, tinha a ver com a adoração a Deus conforme ordenada no tempo
do Velho Pacto. O mandamento para dizimar, tal como os mandamentos para não
comer camarão nem ostras, tornou-se obsoleto e foi colocado de lado, pela
inauguração do Novo Pacto, na morte de Cristo. O dízimo foi o sistema de
impostos e taxas ordenado por Deus sob o sistema teocrático do Velho Testamento.
Se alguém deseja dizimar realmente
[literalmente] de acordo com as Escrituras, teria que fazer o seguinte:
1) Deixar seu trabalho e comprar uma terrinha,
de modo que possa criar seu gado e plantar e colher [grãos, verduras e frutas].
2) Encontrar algum descendente de Leví, para
sustentá-lo [e este a um descendente do levita Arão (que realmente seja
sacerdote, no Templo, em Jerusalém)].
3) Usar suas colheitas para observar as festas
religiosos do Velho Testamento (tais como Páscoa, Pães Asmos, Pentecostes,
Tabernáculos) [quando, como e onde Deus ordenou. Literalmente];
4) Começar por dar pelo menos 20 por cento de todas as suas colheitas e rebanhos a Deus; e
4) Começar por dar pelo menos 20 por cento de todas as suas colheitas e rebanhos a Deus; e
5) Esperar que [com toda certeza] Deus amaldiçoe
sua nação [em oposição ao próprio crente] com [grande] insuficiência material,
se ela for infiel, ou a abençoe com [grande] abundância material, se for fiel.
Penso que todos nós concluiríamos que isto é
completamente absurdo! Todos reconhecemos que Cristo tem abolido o sacerdócio
levítico, os sacrifícios de animais, e as festas religiosas, em Cristo. Bem, se
isto é verdade, por que estamos tentando segurar [i.é manter] o dízimo, que foi
parte e parcela de todas essas ordenanças do Velho Testamento?
3 - Dizimando, no Novo Testamento
A coisa mais interessante sobre o conceito de
dizimar, debaixo do Novo Testamento, é que é quase que virtualmente ausente. No
NT há [somente] quatro diferentes passagens que fazem alguma menção ao dízimo.
[Examinemo-las.]
Mateus 23:23: "Ai de vós, escribas e fariseus,
hipócritas! pois que dizimais a hortelã, o endro e o cominho, e desprezais o
mais importante da lei, o juízo, a misericórdia e a fé; deveis, porém, fazer
estas coisas, e não omitir aquelas."
Esta passagem em Mateus é também repetida de uma
forma similar em Lc 11:42. Em ambos os casos é importante notar que o dízimo
tinha a ver com ervas que serviam de condimentos e eram cultivadas no quintal (o
produto do campo), ao invés de ter a ver com dinheiro. Adicionalmente, Jesus
falou estas palavras aos fariseus, que eram muito religiosos e guardadores da
Lei, e o fez enquanto a Lei ainda estava em vigor. Dizer que, uma vez que
Jesus falou a estes fariseus que deviam dizimar, isto força que também nós
devemos dizimar, ignora o fato que aqueles fariseus viviam sob pacto e leis
diferentes daqueles de um salvo do Novo Testamento. Cristo, através da sua
morte, inaugurou o Novo Pacto, assim efetivando uma mudança na Lei (Lc 22:20; He
7:12) [Semelhantemente, tomou o cálice, depois da ceia, dizendo: Este cálice é o
novo testamento no meu sangue, que é derramado por vós. (Lucas 22:20) Porque,
mudando-se o sacerdócio, necessariamente se faz também mudança da lei. (Hebreus
7:12)]. Finalmente, notemos que o dízimo aqui mencionado não foi voluntário em
nenhum sentido da palavra. Jesus lhes diz que "deveis" [tendes o dever de]
dizimar. [O dízimo] era mandamento, ordem para todos os judeus e, assim, era
obrigatório.
Lucas 18:12: "Jejuo duas vezes na semana, e dou
os dízimos de tudo quanto possuo."
Jesus, nesta passagem, está ensinando a parábola
acerca do fariseu e do cobrador de impostos. Cristo põe estas palavras na boca
do fariseu que se via a si mesmo como justo: "dou os dízimos de tudo quanto
possuo." Cristo está enfatizando [não o dever do crente neo-testamentário
pagar o dízimo mosaico aos levitas, mas] que o homem se vê a si mesmo como
justo, confia em suas obras para ser aceitável ante Deus, todavia, a despeito do
melhor que faça, não é justificado ao olhos de Deus. Repetimos: Cristo está
falando acerca de um fariseu que dá o dízimo, ao tempo em que vivia sob a Lei
Mosaica, não de um crente [da Dispensação da Igreja] dizimando sob o Novo
Pacto.
Hebreus 7:1-10:
"1 ¶ Porque este
Melquisedeque, que era rei de Salém, sacerdote
do Deus Altíssimo, e que saiu ao encontro de Abraão quando ele regressava da
matança dos reis, e o abençoou; 2 A quem também Abraão deu o dízimo de tudo, e
primeiramente é, por interpretação, rei de justiça, e depois também rei de
Salém, que é rei de paz; 3 Sem pai, sem mãe, sem genealogia, não tendo princípio
de dias nem fim de vida, mas sendo feito semelhante ao Filho de Deus, permanece
sacerdote para sempre. 4 Considerai, pois, quão grande era este, a quem até o
patriarca Abraão deu os dízimos dos despojos. 5 E os que dentre os filhos de
Levi recebem o sacerdócio têm ordem, segundo a lei, de tomar o dízimo do povo,
isto é, de seus irmãos, ainda que tenham saído dos lombos de Abraão. 6 Mas
aquele, cuja genealogia não é contada entre eles, tomou dízimos de Abraão, e
abençoou o que tinha as promessas. 7 Ora, sem contradição alguma, o menor é
abençoado pelo maior. 8 E aqui certamente tomam dízimos homens que morrem; ali,
porém, aquele de quem se testifica que vive. 9 E, por assim dizer, por meio de
Abraão, até Levi, que recebe dízimos, pagou dízimos. 10 Porque ainda ele estava
nos lombos de seu pai quando Melquisedeque lhe saiu ao encontro."
Nesta longa passagem, o objetivo do autor é
mostrar a superioridade do sacerdócio de Cristo sobre o sacerdócio levítico e,
portanto, exortar seus leitores para não retornarem às suas formas judaicas de
adorar, repletas com seus sacerdócio, Templo e sacrifícios. O autor menciona o
relato de Abraão pagando dízimos a Melquisedeque, [somente para o autor] mostrar
que, desde que Levi estava nos lombos do patriarca Abraão, na realidade Levi
pagou dízimos a Melquisedeque e foi abençoado por ele. Uma vez que é óbvio que o
menor é sempre abençoado pelo maior, Melquisedeque e seu sacerdócio são maiores
que os levitas e o sacerdócio deles. Aqui, o autor de Hebreus não está mais que
reafirmando o fato que Abraão pagou dízimos a Melquisedeque, um fato que já
temos analisado [acima]. Esta passagem não está exortando os crentes [neo
testamentários] a darem [o dízimo] como Abraão o fez [mesmo que só do despojo de
guerra e só uma vez na vida]. Ao contrário, está instruindo os crentes a
perceberem a excelência de Cristo, o qual ministra como um sacerdote muitíssimo
superior aos levitas. Portanto, esta passagem não pode ser usada para forçar o
dízimo sobre os cristãos. Simplesmente, ela não foi escrita para tratar deste
assunto. Ela não tem nada a ver com cristãos dadivando das suas rendas para Deus
e sua obra, mas, ao contrário, tem tudo a ver com a superioridade de Cristo.
Bem, aí você tem a totalidade do ensino do Novo
Testamento sobre o dízimo. Não há nem sequer uma, uma só palavra em todo o
Novo Testamento que ordene ou mesmo sugira que se espera que crentes, dentro do
Novo Pacto, dizimem. Mas, enquanto o Novo Testamento fica em total silêncio
sobre o dever dos cristãos dizimarem, não o fica sobre o assunto de dadivar,
sobre isto o NT fala muito e muito alto.
O Novo Testamento nunca estipula um certo valor
percentual como um padrão obrigatório e exigido para nossas contribuições. Ao
contrário, as Escrituras declaram: "Cada
um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, ou por
necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria."
(2Cor 9:7).
O dízimo do Velho Testamento foi exigência legal. Os judeus estavam sob
obrigação de dá-lo. O ensino do Novo Testamento sobre o contribuir focaliza o
seu caráter voluntário "Porque, segundo o seu poder (o que eu mesmo
testifico) e ainda acima do seu poder,
deram voluntariamente."
(2Co 8:3).
Esta contribuição voluntária é exatamente o que Abraão e Jacó estavam praticando
antes da instituição da Lei, e é o que todos os cristãos devem estar praticando
hoje. Os crentes de hoje têm a liberdade de dadivar tanto quanto decidam. Se
quiserem dar dez por cento como Abraão e Jacó o fizeram [já vimos a ocasião e
através de quem o fizeram], eles estão perfeitamente livres para tal. No
entanto, se decidirem dar 9 por cento ou 11 por cento ou 20 por cento ou 50 por
cento, então podem muito bem fazê-lo. O padrão de suas contribuições não é uma
percentagem fixa, mas o exemplo de um maravilhoso Salvador -- "Porque já
sabeis a graça de nosso Senhor
Jesus Cristo que, sendo rico, por amor de vós se fez pobre; para que pela sua
pobreza enriquecêsseis." (2Co
8:9). Nosso [exemplo-] padrão de
contribuir é o próprio Cristo, o qual não deu 10 por cento nem 20 por cento nem
mesmo 50 por cento, mas 100 por cento! Ele deu tudo que tinha, inclusive sua
própria vida, para redimir homens e mulheres pecadores como eu e como você!
Algumas vezes aqueles que são ricos sentem que,
se pagarem apenas seus dez por cento, Deus estará alegre com eles. No entanto,
um rico que dá [apenas] dez por cento de seus rendimentos pode na verdade
desagradar a Deus, se estiver vivendo uma vida de luxo extravagante enquanto dá
[talvez mesmo de má vontade] uma mera "ração de fome" para a obra de Deus e para
as necessidades dos outros. A vontade de Deus em relação a este homem pode ser
que dadive de 50 a 80 por cento de seus rendimentos, ao invés de 10 por cento.
Cada pessoa deve buscar a Deus sobre o [quanto e o] como ela deve dadivar.
Ademais, aqueles que são pobres não devem se
sentir culpados se não forem capazes de dar dez por cento de seus rendimentos.
É verdade que Deus honrará o homem que dá sacrificialmente, mas se uma pessoa
decide que não pode dar dez por cento dos seus rendimentos e ainda assim
satisfazer as necessidades mais básicas [suas e de sua família], nós temos que
permiti-lo aquela liberdade, sem julgá-lo. Afinal, em lugar nenhum Deus
falou aos cristãos que é dever deles dar qualquer percentagem fixa.
Que o efeito deste estudo seja libertar-nos dos
grilhões das tradições dos homens que não possam ser substanciadas pela Palavra
de Deus (Mar 7:1-13)
[... 7 Em vão, porém, me honram, Ensinando doutrinas que são mandamentos de
homens. 8 Porque, deixando o mandamento de Deus, retendes a tradição dos homens;
como o lavar dos jarros e dos copos; ... 9 E dizia-lhes: Bem
invalidais o mandamento de Deus para guardardes
a vossa tradição. ... 13 Invalidando assim a palavra de Deus pela vossa
tradição, que vós ordenastes. ...].
Olhai para Jesus como o padrão e exemplo do vosso contribuir. Procurai a Deus
diligentemente, sede generosos e prontos a compartilhar, para que entesoureis
para vós mesmos o tesouro de uma boa fundação para o futuro, de modo que
alcanceis aquela que é a verdadeira vida! (1 Tim 6:18-19) [18 Que
façam bem, enriqueçam em boas obras, repartam
de boa mente, e sejam comunicáveis; 19 Que entesourem para si mesmos um bom
fundamento para o futuro, para que possam alcançar a vida eterna].
4 - Dadivando, no Novo Testamento
Se é verdade que dizimar foi parte da adoração
de Israel no Velho Testamento, e que não tem nenhuma injunção prática sobre os
crentes do Novo Testamento, então vem à tona, naturalmente, a pergunta "Que é
que o Novo Testamento realmente ensina sobre o dar das nossas rendas [a Deus]?"
Seguramente, o local de partida para os crentes do Novo Pacto começarem a
entender qual é a revelada vontade de Deus para o dadivar deles, está nas
Escrituras do Novo Testamento. É exatamente para lá que eu gostaria de lhe
levar, para juntos examinarmos a vontade de Deus para o dadivar do [verdadeiro]
cristão.
4.1 - o quanto do nosso dadivar
Uma vez que já temos estabelecido que o dízimo
não é o padrão para crentes na Nova Aliança, como então determinarmos quanto os
[verdadeiros] cristãos devem contribuir? Examinemos três diferentes textos, para
colhermos, com esforço e cuidado, algum [real e profundo] entendimento sobre
este importante assunto.
1 Coríntios 16:1-2:
"1 ¶ Ora, quanto à coleta que se faz para os santos, fazei vós também o mesmo
que ordenei às igrejas da Galácia. 2
No primeiro dia da semana cada um de vós ponha de parte o que puder ajuntar,
conforme a sua prosperidade, para que
não se façam as coletas quando eu chegar."
Em nosso texto, o apóstolo Paulo dá direções à igreja de Corinto: é em proporção ao quanto [cada um] tem prosperado que eles devem dar na coleta para os santos em Jerusalém, [os quais estão] em grande pobreza [e passando por enormes aflições]. Embora não exista nenhuma menção dos santos em Corinto darem um dízimo [ou qualquer outra percentagem imposta], eles são instruídos a darem proporcionalmente à sua prosperidade. O ponto em foco é simples -- aqueles com mais dinheiro dêem mais, aqueles com menos dinheiro, podem dar menos. Nada mais claro nem mais simples.
Em nosso texto, o apóstolo Paulo dá direções à igreja de Corinto: é em proporção ao quanto [cada um] tem prosperado que eles devem dar na coleta para os santos em Jerusalém, [os quais estão] em grande pobreza [e passando por enormes aflições]. Embora não exista nenhuma menção dos santos em Corinto darem um dízimo [ou qualquer outra percentagem imposta], eles são instruídos a darem proporcionalmente à sua prosperidade. O ponto em foco é simples -- aqueles com mais dinheiro dêem mais, aqueles com menos dinheiro, podem dar menos. Nada mais claro nem mais simples.
Atos 11:27-30: "... 29 E os discípulos
determinaram mandar, cada um conforme o que pudesse, socorro aos irmãos que
habitavam na Judéia. ..."
Note, na narrativa, que foi proporcionalmente
aos seus meios que os irmãos em Antioquia dadivaram para os irmãos que sofriam
na Judéia. Em outras palavras, deram de acordo com suas capacidades. Aqueles com
mais dinheiro deram mais, aqueles com menos dinheiro deram menos. Nada mais
claro nem mais simples.
2 Coríntios 9:7:
"Cada um contribua segundo propôs no
seu coração; não com tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com
alegria."
Aqui, Paulo dá direções à igreja, para que dêem
aquilo que têm proposto em seus corações. Note que o apóstolo não lhes diz
quanto dar, nem lhes impõe uma percentagem fixa como padrão. Ele simplesmente
lhes diz que, o que quer que tenham decidido dadivar, devem ir em frente e
[efetivarem o] dadivar. Muitas vezes, no instante em que vemos uma necessidade,
determinamo-nos a dar uma certa quantia, mas depois, quando o tempo de dar nos
alcança, somos tentados a voltar atrás [ou ficar aquém]. Paulo ensina que
devemos ser fiéis em fazer o bem segundo o que já tínhamos proposto em nosso
coração. Mas note igualmente que o apóstolo Paulo deixa o valor a critério dos
Coríntios. Não devemos permitir que outras pessoas [indevidamente] nos manipulem
ou nos intimidem [psicologicamente ou de qualquer outra forma, levando-nos] a
dar por um sentimento de culpa ou de pressão. Tem que não haver nenhuma
compulsão [externa] em nosso dar; o valor tem que ser nossa própria decisão.
Estes textos do Novo Testamento nos ensinam que
Deus deixa a nós o decidirmos sobre o valor das nossas contribuições. [Sim,]
devemos dar em proporção aos nossos meios e a como Deus nos tem prosperado; ...
mas, ao final, somos livres para darmos aquilo que temos o desejo de dar.
Quão libertador isto é, quando consideramos as táticas manipulativas de arrancar
dinheiro que muitas igrejas de hoje tão freqüentemente usam. Tenho estado em
igrejas onde os líderes são induzidos a tomar empréstimos de mil ou dois mil
dólares [22 a 44 salários mínimos brasileiros] [cada líder,] [para dar oferta
extra à igreja, em certas campanhas]. Foram ditos que, se não derem [o
estipulado], a obra de Deus fracassará. Os membros da congregação são
pressionados a escrever e telefonar para parentes, pedindo dinheiro. Há
campanhas pressionando para promessas [assinaturas de carnês, notas promissórias
e outros documentos morais e legais] e para o fundo de construção, com grandes
gráficos coloridos. À medida que o tempo passa, [todos] são pressionados a dar
mais e mais. Permita-me submeter-lhe que tudo isto corre em direção contrária
aos ensinos do Apóstolo em 2Co
9:7 [ver acima].
A vontade de Deus é que, quando vemos uma necessidade, oremos ferventemente por
direção sobre como podemos satisfazer aquela necessidade. Então, com base na
nossa situação financeira, dadivamos com um coração prazeroso e alegre.
4.2 - o propósito do nosso dadivar
A quais tipos de necessidades devemos usar nosso
dinheiro para satisfazer? Será que o Novo Testamento nos dá alguma luz sobre
este importante assunto? Creio que as Escrituras são muito claras nesta área. O
Novo Testamento ensina que há três propósitos para nosso dadivar:
1. Satisfazer as necessidades dos santos:
Este tema é como um fio que vai através de
[toda] a Escritura. Consideremos alguns textos:
Atos 2:44-45 "44 E todos os que criam estavam
juntos, e tinham tudo em comum. 45 E vendiam suas propriedades e bens, e
repartiam com todos, segundo cada um havia de mister." O espírito de amor e
generosidade era tão grande, na igreja primitiva, que os crentes, de própria
vontade e alegremente, abriram mão de suas próprias propriedades e possessões,
para ministrarem às necessidades dos outros santos. Eles chegaram mesmo ao ponto
de vender suas terras e casas para tomarem conta um do outro”
(Atos 4:34).
1 João 3:17 "Quem, pois, tiver bens do mundo, e,
vendo o seu irmão necessitado, lhe cerrar as suas entranhas, como estará nele o
amor de Deus?"
Gálatas 6:9-10 "9 E não nos cansemos de fazer
bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não houvermos desfalecido. 10 Então,
enquanto temos tempo, façamos bem a todos, mas principalmente aos domésticos da
fé." Embora o "façamos bem" não seja
claramente definido, seguramente incluiria o dadivar para satisfazer as
necessidades dos domésticos da fé.
Em adição a estes claros textos, lemos também,
em Mt 25:31-40,
que, quando Cristo voltar, separará as ovelhas dos bodes. As ovelhas são
descritas como aqueles que alimentaram Cristo quando ele estava faminto,
deram-lhe de beber quando estava sedento, vestiram-no quando estava nu. Quando
as ovelhas replicam: "Senhor, quando ... e te demos de comer? ... e te demos de
beber? 38 ... e te hospedamos? ... e te vestimos? 39 ... e fomos ver-te?"
Cristo responde " Em verdade vos digo que quando o fizestes a um destes
meus pequeninos irmãos, a mim o
fizestes." Aqui, Jesus nos diz claramente que quando usamos nosso dinheiro para
vestir e alimentar os irmãos de Cristo (crentes, de acordo com
Mt 12:50
["... qualquer que fizer a vontade de meu Pai que está nos céus, este é meu
irmão, e irmã e mãe."]), estamos ministrando a ele. Ademais,
1Tm 5:16
["... para que se possam sustentar as
que deveras são viúvas."] dá
instruções sobre como a igreja deve sustentar viúvas desvalidas. Ainda mais,
temos visto, nos textos já citados, as muitas exortações do apóstolo Paulo para
dadivar aos santos pobres em Jerusalém. Portanto, é bastante claro que uma das
prioridades do dadivar no Novo Testamento é satisfazer as necessidades dos
santos.
2. Satisfazer as necessidades dos obreiros
cristãos:
Além de usarmos nosso dinheiro para satisfazer
as necessidades dos nossos irmãos e irmãs em Cristo, as Escrituras também nos
levam a usar nosso dinheiro para sustentar os que trabalham na obra do Senhor.
Consideremos as seguintes passagens:
1 Timóteo 5:17-18:
"17 ¶
Os presbíteros que governam bem sejam estimados por dignos de duplicada honra,
principalmente os que trabalham na palavra e na doutrina; 18 Porque diz a
Escritura: Não ligarás a boca ao boi que debulha.
E:
Digno é o obreiro do seu salário."
Neste texto, "honra" tem que significar mais que
[meras] estima e respeito, pois, no verso 3 do mesmo capítulo, Paulo manda a
Timóteo "Honra as viúvas que verdadeiramente são viúvas." Honrar estas viúvas é
prover para elas (v. 8) e assisti-las (v. 16). Portanto, quando Paulo menciona
"honrar" os anciãos que trabalham duramente na pregação e ensino [da Palavra],
imediatamente depois que ele mencionou honrar as viúvas, Paulo tem que ter a
mesma coisa em mente -- prover e assistir aos anciãos financeiramente, de modo
que possam se dedicar ao trabalho de labutarem na Palavra. Um ancião ensinador é
como um boi que deve ser permitido comer enquanto está debulhando. Em outras
palavras, deve ser sustentado e cuidado enquanto está trabalhando com todo
esforço. Ele também é como um operário, o qual é digno de seu salário. A
uniforme prática apostólica do Novo Testamento foi a de apontar anciãos para
superintenderem as igrejas que os apóstolos plantavam. Paulo simplesmente está
dirigindo as igrejas a proverem e assistirem financeiramente estes anciãos, de
modo que possam dar seu tempo à tarefa de ministrarem ao rebanho.
1 Coríntios 9:6-14 "6 Ou só eu e Barnabé não
temos direito de deixar de trabalhar? 7 Quem jamais milita à sua própria custa?
Quem planta a vinha e não come do seu fruto? Ou quem apascenta o gado e não se
alimenta do leite do gado? 8 Digo eu isto segundo os homens? Ou não diz a lei
também o mesmo? 9 Porque na lei de Moisés está escrito: Não atarás a boca ao boi
que trilha o grão. Porventura tem Deus cuidado dos bois? 10 Ou não o diz
certamente por nós? Certamente que por nós está escrito; porque o que lavra deve
lavrar com esperança e o que debulha deve debulhar com esperança de ser
participante. 11 Se nós vos semeamos as coisas espirituais, será muito que de
vós recolhamos as carnais? 12 Se outros participam deste poder sobre vós, por
que não, e mais justamente, nós? Mas nós não usamos deste direito; antes
suportamos tudo, para não pormos impedimento algum ao evangelho de Cristo. 13
Não sabeis vós que os que administram o que é sagrado comem do que é do templo?
E que os que de contínuo estão junto ao altar, participam do altar? 14 Assim
ordenou também o Senhor aos que anunciam o evangelho, que vivam do evangelho."
Nesta passagem Paulo está clamando que os
apóstolos tinham todo o direito de abster-se de [viverem de] trabalhos seculares
e todo o direito de receberem o sustento material daqueles a quem serviam. De
fato, Paulo assevera que o Senhor mandou àqueles que proclamam o evangelho que
obtenham seu viver do evangelho.
Filipenses 4:15-18 "15 E bem sabeis também, ó
filipenses, que, no princípio do evangelho, quando parti da Macedônia, nenhuma
igreja comunicou comigo com respeito a dar e a receber, senão vós somente; 16
Porque também uma e outra vez me mandastes o necessário a Tessalônica. 17 Não
que procure dádivas, mas procuro o fruto que cresça para a vossa conta. 18 Mas
bastante tenho recebido, e tenho abundância. Cheio estou, depois que recebi de
Epafrodito o que da vossa parte me foi enviado, como cheiro de suavidade e
sacrifício agradável e aprazível a Deus."
Neste texto o apóstolo declara expressamente que
a dádiva que os filipenses lhe haviam enviado foi um fragrante aroma, um
sacrifício aceitável, e foi agradável a Deus. O próprio Deus nos tem dado sua
aprovação para usarmos nosso dinheiro para sustento de fiéis obreiros cristãos.
Portanto, é importante que o povo de Deus utilize seus recursos financeiros para
sustentar obreiros cristãos, quer sejam anciãos de uma igreja local, ou
evangelistas itinerantes, ou missionários.
3. Satisfazer as necessidades dos pobres:
Em adição ao uso do nosso dinheiro para
satisfazer às necessidades dos santos e dos obreiros cristãos, as Escrituras
também nos mandam usar nosso dinheiro na satisfação das necessidades dos pobres.
Considere os seguintes textos:
Lucas 12:33-34 "33 Vendei o que tendes, e dai
esmolas. Fazei para vós bolsas que não se envelheçam; tesouro nos céus que nunca
acabe, aonde não chega ladrão e a traça não rói. 34 Porque, onde estiver o vosso
tesouro, ali estará também o vosso coração."
Efésios 4:28 "Aquele que furtava, não furte
mais; antes trabalhe, fazendo com as mãos o que é bom, para que tenha o que
repartir com o que tiver necessidade."
Aqui a pessoa que sofre a necessidade não é
identificada como crente, mas presumivelmente pode ser qualquer um padecendo
privação.
Tiago 1:27 "A religião pura e imaculada para com
Deus, o Pai, é esta: Visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações, e
guardar-se da corrupção do mundo."
Visitar órfãos e viúvas em suas necessidades tem
que significar mais que fazer-lhes uma mera visitinha social. Está implícita, na
declaração, a idéia de ajudar estes órfãos e viúvas, o que, sem dúvidas,
requereria dadivar sacrificalmente.
Como temos visto, podemos desta maneira sumariar
o ensino do Novo Testamento sobre o propósito do dadivar –
[a] satisfazer as necessidades dos santos,
[b] satisfazer as necessidades dos obreiros
cristãos, e
[c] satisfazer as necessidades dos pobres.
Note que o dadivar, no Novo Testamento, é sempre
para satisfazer as necessidades das pessoas. É interessante que aquela coisa na
qual a igreja na América gasta a maior parte do seu dinheiro, depois de pagar o
salário do seu pessoal, não é de modo algum mencionada [no Novo Testamento] --
prédios da igreja! A Bíblia simplesmente não fala de [nenhuma] igreja entrando
em débito para comprar [ou construir] caros prédios, pela simples razão de que a
igreja primitiva não se reunia em prédios especiais. Eles se reuniam em casas.
Assim, não havia despesa "não estrita e diretamente com o evangelho e com
pessoas" [tal despesa], só faria drenar a energia e as finanças da igreja. Desta
maneira, todas as dádivas do povo de Deus podiam ir diretamente para satisfazer
as necessidades de pessoas.
Incidentalmente, não há nas Escrituras nada de
que eu tenha conhecimento e que exija que todo nosso dadivar ao Senhor tem que
ser primeiramente entregue aos líderes da igreja, e depois distribuídos por eles
[conforme eles o prefiram]. De fato, creio que algumas das nossas dádivas devem
ser feitas diretamente de pessoa para pessoa, para preservarmos o anonimato (Mt
6:1-4). É, razoável, portanto, colocar de lado (em casa ou numa conta bancária
separada e especial) uma parte da sua dádiva total, de modo que, quando uma
necessidade especial ou uma emergência surgir, tenhamos alguns recursos
financeiros de que possamos sacar para satisfazer aquela necessidade.
4.3 - o modo do nosso dadivar
Além de nos iluminar sobre o valor total e sobre
o propósito do nosso dadivar, as Escrituras nos ensinam diversas coisas sobre
como
devemos dadivar.
1. Devemos dadivar anonimamente:
Em
Mateus 6:1-4 [1 ¶
Guardai-vos de fazer a vossa esmola diante dos
homens, para serdes vistos por eles; aliás, não tereis galardão junto de vosso
Pai, que está nos céus. 2 Quando, pois, deres esmola, não faças tocar trombeta
diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem
glorificados pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão.
3 Mas, quando tu deres esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua
direita; 4 Para que a tua esmola seja dada em secreto; e teu Pai, que vê em
secreto, ele mesmo te recompensará publicamente.
Jesus nos ensina a dadivar em segredo, para que
aquele que vê em segredo nos recompense. Este tipo de dadivar é preferível
pois protege o dadivador de orgulho espiritual. Quando você quiser dar uma
dádiva a alguém, procure maneiras de satisfazer a necessidade que você percebeu,
sem que o beneficiário jamais saiba quem deu o dinheiro
[5].
2. Devemos dadivar voluntariamente (por nossa
vontade, com amor):
2 Coríntios 8:3-4
diz "3 Porque, segundo o seu poder (o que eu
mesmo testifico) e ainda acima do seu poder,
deram voluntariamente. 4 Pedindo-nos com muitos
rogos que aceitássemos a graça e a comunicação deste serviço, que se fazia para
com os santos."
Somos aqui ensinados que as igrejas da Macedônia
deram de suas próprias vontades. Ninguém os estava manipulando [emocional e
psicologicamente], nem lhes torcendo o braço [obrigando-os]. Em
2Cor 9:7
Paulo diz "Cada um contribua segundo
propôs no seu coração; não com tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama ao
que dá com alegria." Se não devemos
dadivar com tristeza ou sob compulsão [externa], então devemos dadivar
voluntariamente [de ânimo pronto, com prazer e alegria]. Deus quer que nosso
dadivar provenha do nosso coração. Ele quer que dadivemos porque temos todo o
desejo de fazê-lo.
3. Devemos dadivar expectativamente:
Quando dadivamos, devemos esperar que Deus nos
abençoe nesta presente vida. Consideremos os ensinos do apóstolo Paulo.
2 Coríntios 9:6 "E digo isto: Que o que semeia
pouco, pouco também ceifará; e o que semeia em abundância, em abundância
ceifará."
Quando alguém semeia por girar seu braço e
espalhando abundantemente as sementes com a mão aberta, parece que está apenas
jogando fora bom grão. Mas, se ele firmemente prendesse as sementes na sua mão
[não deixando nenhuma escapar], ou se apenas jogasse uma ou duas sementes, teria
uma ceifa muito pequena. Assim também com o dadivar do crente. Se não dermos
nada ou se dermos muito pouco, só podemos esperar muito poucas bênçãos. Mas, se
dermos com uma mão aberta e generosa, podemos esperar que colhamos
abundantemente. John Bunyan disse uma certa vez: "Um santo nunca dizia 'esta
moeda é minha', e, quanto mais ele dadivava, mais ele tinha." Muitos têm torcido
2Cor 9:9 como se ensinasse que Deus quer que dadivemos tendo, dentro de nós
mesmos, o objetivo de recebermos. Este tipo de ensino apela para a carne, e faz
crescer um espírito de avareza e cobiça nos crentes. Mas, ao contrário disto,
Paulo nesta passagem está ensinando que devemos dadivar com o objetivo de
recebermos mais para podermos dadivar [ainda] mais. Vejamos como Paulo expressa
isto, nos versos 8-11: "8 E
Deus é poderoso para fazer abundar em vós toda a graça, A FIM DE QUE, tendo
sempre, em tudo, toda a suficiência, abundeis em toda a boa obra; 9 Conforme
está escrito: Espalhou, deu aos pobres; A sua justiça permanece para sempre. 10
Ora, aquele que dá a semente ao que semeia, também vos dê pão para comer, e
multiplique a vossa sementeira, e aumente os frutos da vossa justiça; 11 Para
que em tudo enriqueçais PARA toda a beneficência, a qual faz que por nós se dêem
graças a Deus." Notemos, nesta
passagem, que Paulo está asseverando que Deus abençoará o dadivador generoso
fazendo toda a graça abundar sobre ele, para que, em conseqüência, este tenha
uma abundância para toda boa obra. Ademais, Deus promete multiplicar a semente
do dadivador para semear e [promete] aumentar a colheita de sua retidão. Estas
passagens sem dúvida alguma apontam para o fato de que Deus abençoa aqueles que
dadivam, de modo que possam dar ainda mais. Uma vez que Deus é o maior dadivador
de todos, devemos nos esforçar para sermos na semelhança dele. E a única maneira
de podermos ser maiores dadivadores no futuro é começarmos a dar generosamente
agora! É muito interessante que isto seja exatamente o que os Provérbios de
Salomão nos ensinam, embora tenham sido escritos centenas de anos antes.
Provérbios 19:17 "Ao SENHOR empresta o que se
compadece do pobre, Ele lhe pagará o seu benefício."
Provérbios 11:24-25 "24 ¶ Ao que distribui mais
se lhe acrescenta, e ao que retém mais do que é justo, é para a sua perda. 25 ¶
A alma generosa prosperará e aquele que atende também será atendido."
Em adição, também devemos esperar que Deus nos
abençoará na vida futura. Se há uma coisa que a Bíblia deixa muito clara é que,
quando dadivamos, estamos entesourando para nós mesmos tesouros no céu. Note a
ênfase nos tesouros celestiais, futuros, nas seguintes passagens:
Mateus 6:19-21 "19 ¶ Não ajunteis tesouros na
terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e
roubam; 20 Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem
consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam. 21 Porque onde estiver o vosso
tesouro, aí estará também o vosso coração."
Lucas 12:33 "Vendei o que tendes, e dai esmolas.
Fazei para vós bolsas que não se envelheçam; tesouro nos céus que nunca acabe,
aonde não chega ladrão e a traça não rói."
1 Timóteo 6:18-19
"18 Que façam bem, enriqueçam em boas obras,
repartam de boa mente, e sejam comunicáveis; 19 Que
entesourem para si mesmos um bom fundamento para
o futuro, para que possam alcançar a vida eterna."
Em todas estas passagens (quer dirigidas aos
discípulos, ao rico jovem proprietário, ou aos opulentos crentes de Éfeso) a
mensagem é a mesma -- o generoso dadivar será recompensado por tesouros
celestiais. Preferirias tu ter o teu tesouro na terra, onde perecerá, ou no céu,
onde o gozarás eternamente? Tua resposta a esta pergunta terá muito a ver com o
como verás e usarás tuas riquezas.
4. Devemos dadivar animadamente (com ânimo,
alegria):
Em
2Coríntios 9:7 nós aprendemos qual
espírito devemos ter ao dadivarmos "Cada um contribua segundo propós no seu
coração; não com tristeza, ou por necessidade; porque
Deus ama ao que dá com alegria."
Se cada crente soubesse quão grande chuva de
bênçãos gozaríamos através do dadivar, seríamos como os crentes da Macedônia,
que imploraram a Paulo para terem a oportunidade de dadivar (2Cor 8:3-4)!
Dadivar deveria ser visto como um grande privilégio, não como uma pesada carga
ou um doloroso dever. Deus não deseja que seu povo dadive movido por um
sentimento de compulsão [ser empurrado à força e contra a vontade], mas sim
movido por uma atitude de alegria e animação. A suprema e definitiva passagem no
NT que declara a atitude com a qual devemos dadivar, descrevê-a como "com
alegria". Que Deus nos ajude a dadivar em um espírito que O honre!
5. Devemos dadivar sacrificialmente:
Nas Escrituras temos vários exemplos onde Deus
olha com aprovação para o nosso dadivar sacrificial:
2 Coríntios 8:1-5 "1 ¶ Também, irmãos, vos
fazemos conhecer a graça de Deus dada às igrejas da Macedónia; 2 Como em muita
prova de tribulação houve abundância do seu gozo, e como a sua profunda pobreza
abundou em riquezas da sua generosidade. 3 Porque, segundo o seu poder (o que eu
mesmo testifico) e ainda acima do seu poder, deram voluntariamente. 4
Pedindo-nos com muitos rogos que aceitássemos a graça e a comunicação deste
serviço, que se fazia para com os santos. 5 E não somente fizeram como nós
esperávamos, mas a si mesmos se deram primeiramente ao Senhor, e depois a nós,
pela vontade de Deus."
Logo de partida, notemos que os crentes
macedônicos tinham pouquíssimos dinheiro e bens. São descritos como estando
suportando muita aflição e experimentando profunda pobreza. Apesar de tudo,
também é dito que tinham dadivado além das suas possibilidades! Que Deus nos
habilite a os imitarmos em nossas próprias vidas!
Marcos 12:41-44 "41 ¶ E, estando Jesus assentado
defronte da arca do tesouro, observava a maneira como a multidão lançava o
dinheiro na arca do tesouro; e muitos ricos deitavam muito. 42 Vindo, porém, uma
pobre viúva, deitou duas pequenas moedas, que valiam meio centavo. 43 E,
chamando os seus discípulos, disse-lhes: Em verdade vos digo que esta pobre
viúva deitou mais do que todos os que deitaram na arca do tesouro; 44 Porque
todos ali deitaram do que lhes sobejava, mas esta, da sua pobreza, deitou tudo o
que tinha, todo o seu sustento."
Jesus escolheu esta mulher para servir aos seus
discípulos de maravilhoso exemplo do dadivar. Quando Cristo viu o espírito
sacrificial dela [amoroso e de vontade livre e boa], Ele chamou os Seus
discípulos para se aproximarem, observarem, e aprenderem uma lição, através da
vida dela. Que também aprendamos, e saiamos, e façamos semelhantemente!
Podes tu afirmar que teu dadivar é caracterizado
por um espírito de sacrifício [com felicidade]? Teu dadivar realmente te é
custoso? [Realmente representa um sacrifício?] Na realidade, não é quanto
dadivamos que é tão importante, mas sim quanto [é que resta e] guardamos para
nós mesmos, depois de dadivarmos. Que nosso grande e glorioso Deus nos habilite
a praticarmos um gozoso e sacrificial dadivar!
4.4 - a motivação do nosso dadivar
Agora que já temos visto os que as Escrituras
nos ensinam com referência ao total, ao propósito, e à maneira de dadivarmos,
voltemo-nos para examinar o que a Bíblia nos ensina sobre qual deve ser a
motivação do nosso dadivar.
1. O exemplo de Cristo:
Justo na metade da mais extensa exposição do
Novo Testamento sobre o dadivar (2Cor 8-9), o apóstolo Paulo lança mão do
exemplo de Jesus Cristo para estabelecer qual deve ser nossa maior motivação.
Considere as palavras de Paulo em 2Cor
8:9, "Porque já sabeis a graça de
nosso Senhor Jesus Cristo que,
sendo rico, por amor de vós se fez pobre; para que pela sua pobreza
enriquecêsseis." Cristo era
infinitamente rico em sua existência pré-encarnação, no céu. Era incessantemente
adorado por uma grande hoste de seres angelicais. Sendo Deus, exercia
onipotência, onisciência e onipotência. Juntamente com o Pai e o Espírito Santo,
reinava sobre todo o universo que tinham criado. Todavia, Cristo de livre
vontade escolheu se tornar pobre. Jogou no chão seu direito ao exercício
independente de seus atributos. Nasceu em um estábulo e foi criado por pais
muito pobres. Viveu uma vida obscura e simples. Dependeu do [Deus-] Pai para
toda a sua sobrevivência. Nunca acumulou possessões durante [todo o] tempo de
sua vida; na verdade, parece que as únicas possessões que ele podia chamar de
suas foram as roupas sobre suas costas. Ao final de sua vida, [pela própria
vontade] ele entregou a única coisa que ainda lhe restava, sua própria vida. Ao
depor sua vida Jesus estava dando tudo, para nos livrar dos nossos pecados.
Embora fosse rico, tornou-se pobre. E qual foi o propósito deste grande ato de
sacrifício? Foi que, através de sua pobreza, nós nos tornássemos ricos. Nós,
aqueles que cremos nele, temos herdado grandes riquezas: perdão, adoção,
justificação, Deus o Espírito Santo habitando em nós, paz com Deus, acesso a
Deus, santificação, e a glória eterna que em breve virá! Note que Cristo não nos
deu apenas dez por cento dos seus recursos ao nos comprar e presentear tamanhos
tesouros! Ele deu 100%! Um discípulo naturalmente deseja ser como seu senhor.
Portanto, empenhemo-nos esforçadamente para imitar nosso Senhor. Não nos
contentemos em dar uma pequena fração de nossa renda. Oremos que Deus nos
habilite a dar mais e mais, para ajudar pessoas sofrendo e para expandir o reino
de Deus através do mundo!
2. A ordem de Cristo:
Não apenas temos o exemplo de Cristo para nos
motivar, como também temos sua ordem. Jesus expressou-se muito claramente em
João 15:12-13, "12 O meu mandamento é este:
Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos
amei. 13 Ninguém tem maior amor do que este, de dar alguém a sua vida pelos seus
amigos." Jesus, nesta passagem, está
ordenando aos seus seguidores que amem um ao outro de modo idêntico àquele com
que Ele os amou -- a saber, sendo totalmente dedicado a eles. Este tipo de
dedicação tem que, pela própria natureza do caso, incluir a vontade de darmos
dos nossos recursos para ajudarmos um ao outro. Jesus deu tudo, inclusive sua
própria vida, por nós. É deste modo que somos ordenados amar um ao outro.
Saberemos se realmente amamos nossos irmãos e irmãs quando estivermos desejosos
de abrir nossa carteiras ou talões de cheque e dar para satisfazer suas [reais]
necessidades. Que Deus nos habilite a seguirmos seu Filho em obediência!
5 - Conclusão
As Escrituras não ensinam que o dízimo é
obrigatório sobre os crentes durante [a dispensação de] o Novo Testamento. No
entanto, as mesmas Escrituras [decididamente] ensinam que os crentes devem ser
dadivadores generosos, sacrificiais, expectantes, e prazerosamente animados!
Será que isto descreve você? É minha sincera oração que o Espírito Santo use
este escrito para o desafiar a repensar os seus padrões de dadivar, e para
verificar se eles se alinham com a vontade de Deus, conforme expressa no Novo
Testamento. Se não estiverem, vá ao Senhor em oração e peça-lhe o poder e a
graça para lhe obedecer plenamente em todas as coisas.
Brian Anderson -
Milpitas Bible Fellowship, 1715 E. Calaveras
Blvd, Milpitas, Ca 95035,
brian@solidrock.net
Traduzido por Hélio de Menezes Silva, visite http://solascriptura-tt.org
Traduzido por Hélio de Menezes Silva, visite http://solascriptura-tt.org
[0] Nota do Tradutor: Ninguém pode deixar de se
impressionar com a perfeita semelhança entre os argumentos dos maiores
defensores (e rebatedores) da extensão da obrigatoriedade da guarda do sétimo
dia para os crentes da dispensação da igreja (tão literalmente como se
estivéssemos sob a Lei) e os argumentos dos maiores defensores (e rebatedores)
da obrigatoriedade dos 10% para os crentes da dispensação da igreja (tão
literalmente como se estivéssemos sob a Lei)!...
[1] Nota do Tradutor: Melquisedeque foi
especialíssimo, nem mesmo nenhum outro sacerdote pode ser comparado a ele, e
parece ter sido uma Cristofania, isto é, uma manifestação do Verbo antes de Sua
encarnação. No Novo Testamento, todos os crentes são sacerdotes.
[2] Nota do Tradutor: A questão não é esta. Se,
no contexto tecnológico e econômico de hoje, fôssemos o mesmo povo [Israelitas]
sob a mesma dispensação [da Lei] em que viveu Davi, então o mesmo princípio que
vigorava quando quase todos viviam da agricultura, com renda anual,
estender-se-ia a nós, quando quase todos têm renda em períodos menores que
anuais e não oriundas do praticarem a agricultura ...
[3] Nota do Tradutor: Lembremos que:
(a) nós, os crentes desta dispensação, somos
sacerdotes e reis;
(b) estes não podiam beber nada alcoólico;
(c) Deus (talvez por ironia, ou com desgosto, ou
para nos testar) às vezes, por certo tempo, expressou TOLERAR-nos certos erros
(esta é Sua vontade PERMISSIVA), mas, depois, ORDENOU-nos Sua vontade PERFEITA.
Compare com o divórcio, a poligamia, etc. !!! ...
[4] Nota do Tradutor: Arrisquemo-nos a ser
repetitivos, para que ninguém perca algum aspecto da verdade -- O Velho
Testamento fala de vários tipos dízimos:
- Todos os israelitas davam um dízimo de
suas rendas anuais, aos levitas (Lev 27:30-33; Nu 18:21-24; 2Cr 31:4-12;
Ne 10:37; 12:44; 13:5; Ml 3:8-12), para alimentação e sustento deles (não
para o Templo!); davam a si mesmos outro dízimo das suas rendas anuais,
deleitando-se ao comerem e descansarem e alegrarem-se, em gozoso
"acampamento - férias - festa - adoração", que só podia ser em Jerusalém
(Dt 12:6-7,11-21; 14:22-27); e, a cada 3 anos, davam aos pobres outro
dízimo das suas rendas, para que se deleitassem ao comerem e descansarem e
alegrarem-se aonde quer que morassem (Dt 14:28-29; 26:12).
- Os levitas davam aos sacerdotes
(que eram levitas descendentes de Arão) o dízimo do dízimo que tinham
recebido (Nu 18:26-29; Ne 10:38-39; 12:44; 13:5,12; Ml 3:8-12).
- Ag 2:9-11 não tem nada a ver com nenhum destes tipos de dízimo e sim com ofertas para a reconstrução do Templo. Há analogia entre cada crente neotestamentário e o Templo, mas não há nenhuma analogia entre o Templo e os prédios de uma igreja local.
- Ag 2:9-11 não tem nada a ver com nenhum destes tipos de dízimo e sim com ofertas para a reconstrução do Templo. Há analogia entre cada crente neotestamentário e o Templo, mas não há nenhuma analogia entre o Templo e os prédios de uma igreja local.
[5] Nota do Tradutor: Muito mais importante é
que ninguém mais o saiba!
Para ajudar um pastor ou missionário ou irmão em
necessidade:
Pôr um envelope com dinheiro e anônimo por baixo
da porta dele [0 pessoas lhe glorificarão] é melhor que
Dar-lhe pessoalmente, pedindo-lhe segredo [1
pessoa glorificará a você] é melhor que
Pedir a um irmão (de outra igreja?) que leve sua
oferta a ele, sem lhe revelar a fonte [1 pessoa glorificará a você] é melhor que
Pedir seu pastor ou 1 oficial que leve sua
oferta a ele, sem lhe revelar a fonte [1 pessoa glorificará a você] é melhor que
Pedir a todo o corpo de oficiais que leve sua
oferta a ele, sem lhe revelar a fonte [8 pessoas glorificarão a você] é melhor
que
Dar-lhe ante toda a igreja, fazendo-o anunciar
pelo microfone [1000 pessoas glorificarão a você]. [Que coisa horrível! Mesmo
alguns descrentes dadivam anonimamente]
[6] Nota do Tradutor: Por causa da presente
ênfase em "riquezas e todo tipo de prosperidade, já", dos pentecostais, é bom
notarmos que o autor não necessariamente está enfatizando bênçãos
materiais
...
Mary Schultze, Julho 2005
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